Pernambuco

REFORMA AGRÁRIA

Sede do Incra no Recife é ocupada novamente, agora por sindicatos rurais

Cerca de 500 trabalhadores da agricultura familiar reivindicam do governo Lula um “PAC da agricultura familiar”

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Cerca de 500 agricultores ligados à Fretraf e Contraf ocuparam a sede do Incra no Recife - Reprodução

Nesta terça-feira (23), aproximadamente 500 pessoas ocuparam a sede da superintendência regional do Instituto Nacional da Reforma Agrária (Incra), no bairro dos Aflitos, Recife. São agricultoras e agricultores familiares, em sua maioria da zona da mata do estado, ligados a organizações sindicais rurais como Fetraf-PE e Contraf, que estão se mobilizando em todo o país para pressionar o Governo Federal, através do Incra, por mais políticas públicas voltadas aos trabalhadores do campo brasileiro.

Eles criticam a priorização com “bilhões” para o agronegócio, cuja produção de commodities, avaliam os sindicatos, “é extremamente subsidiada para garantir a exportação”. E pedem que o governo Lula se comprometa em cinco eixos, que estruturariam uma espécie de “Programa de Aceleração do Crescimento do Campo Brasileiro”, ou “PAC da agricultura familiar”.

Uma semana atrás, foi o MST quem ocupou o Incra, além de 13 terras improdutivas no estado.

O agricultor Ariel Melo, representante da Fetraf no Cabo de Santo Agostinho, conta que os camponeses dos 12 municípios presentes ficaram satisfeitos após reunião com o superintendente em exercício. “Fomos recebidos, discutimos os pontos, encaminhamos a nossa pauta. Agora vamos acompanhar o desenrolar das ações que o superintendente se comprometeu em executar nesses municípios”, diz ele.

Os cinco eixos são: território, reforma agrária e acesso a terra; mudanças climáticas, produção de alimentos e transição agroecológica; educação, formação e conectividade; direito a cidadania e ao bem viver; e comercialização e logística.

Entre as reivindicações estão a distribuição, pelo Governo Federal, de kits de irrigação de pequeno e médio porte; crédito com juros zero para a produção de alimentos da agricultura familiar; revisão das matrizes curriculares das escolas do campo; conexão de internet e um programa de estímulo às práticas esportivas, de lazer e culturais nas zonas rurais. Esses itens se encaixam nos três primeiros itens das reivindicações :acesso a terra, produção de alimentos e educação e conectividade).

Nas pautas ligadas a cidadania e comercialização, estão reivindicações como unidades móveis no SUS para atender populações do campo; mais policiamento na zona rural; distribuição de veículos que apoiem o transporte de alimentos para cooperativas rurais; acréscimo de um voucher de R$150 ao Bolsa Família para compras exclusivas de alimentos da agricultura familiar; entre outras.

Edição: Vinícius Sobreira