Pernambuco

SAÚDE

No Recife, comitê de especialistas busca melhorar diagnóstico de câncer em estágio inicial nas crianças e adolescentes

Comitê vai capacitar profissionais da rede pública para detectar doença que mais causa mortes em pessoas de 1 a 19 anos

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Crianças atendidas pelo NACC em dia festivo com personagens do Mundo Bita - Núcleo de Apoio à Criança com Câncer

Nesta quarta-feira (26) o Recife sedia uma reunião de profissionais de saúde, especialistas em oncologia, gestores públicos e sociedade civil visando traçar estratégias para que os casos de câncer em crianças e adolescentes sejam diagnosticados o mais cedo possível, para que o tratamento seja menos agressivo possível e tenha maiores chances de sucesso.

O câncer é considerado uma doença rara, mas está em 1º lugar no ranking de doenças causadoras de mortes em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil. Há uma avaliação de que as taxas de mortalidade por câncer subiram nas regiões Norte e Nordeste, enquanto nas demais regiões as taxas caíram.

Anualmente são diagnosticadas com câncer, em média, 7,9 mil crianças e adolescentes no Brasil, sendo 410 (5,2%) casos em Pernambuco - segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer. A detecção não é simples, já que seus sintomas podem ser confundidos com outras doenças comuns na infância. A demora no diagnóstico pode dar tempo para a doença avançar até estágios difíceis de reverter.

Uma das ações previstas para os próximos meses é oferecer atividades formativas para profissionais de saúde que atuam na rede de atenção primária (unidades básicas de saúde da família) e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), buscando padronizar e elevar o número de diagnósticos precoces na rede pública de saúde de Pernambuco.

No primeiro momento o grupo busca formar profissionais que atuam nos 20 municípios da Gerência Regional de Saúde 1 do estado, onde fica a maior parte dos serviços oncológicos: Recife, Fernando de Noronha, Olinda, Paulista, Jaboatão, Cabo, Ipojuca, Moreno, Camaragibe, São Lourenço, Vitória de Santo Antão, Igarassu, Abreu e Lima, Itamaracá, Itapissuma, Araçoiaba, Chã Grande, Chã de Alegria, Glória do Goitá e Pombos.

A Organização Panamericana de Saúde (Opas) viu condições propícias para iniciar esse trabalho em Pernambuco porque o estado possui centros especializados em oncologia pediátrica, uma Política Estadual de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente com Câncer (2021) e foi o primeiro estado brasileiro se engajar na Iniciativa Global Contra o Câncer Infantil, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O encontro do comitê acontece das 14h às 16h no Hotel Luzeiros, bairro do Pina, Recife. A atividade deve reunir médicos oncologistas (especialistas em câncer) que atuam em hospitais de referência em Pernambuco, representantes do Ministério da Saúde, da Opas, da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, dos órgãos da gestão pública em Saúde no estado e de entidades da sociedade civil.

A iniciativa dos comitês é da Opas, mas eles são coordenados nacionalmente pelo Instituto Desiderata, organização da sociedade civil com experiência na área junto a profissionais do SUS no Rio de Janeiro. O “Comitê Estratégico para Diagnóstico Precoce do Câncer Infantil em Pernambuco” é composto por 14 instituições, que vão desde hospitais, passando por entidades da sociedade civil locais e internacionais (indicadas pela Opas) e órgãos da gestão pública que serão executores de parte das ações e beneficiários delas.

Formam o comitê: o Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip); Hospital do Câncer de Pernambuco; Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc/UPE); Hospital Dom Tomás (Petrolina); o Núcleo de Apoio à Criança com Câncer (NACC); Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer (GAC); a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica; o Instituto Desiderata (RJ); ST Jude Children Hospital (EUA); OPAS Brasil; OPAS Global Initiative for Childhood Cancer (GICC); Secretaria de Saúde de Recife; Secretaria de Saúde de Pernambuco; e Ministério da Saúde.

Edição: Vinícius Sobreira