A mudança que foi encaminhada por Temer ao Congresso no dia cinco de dezembro de 2016, aliada ao cenário de intenso ajuste fiscal e arrocho econômico quer impor que os trabalhadores paguem pela crise e não condiz com os interesses da maioria da população brasileira. Se aprovada a Reforma da Previdência, os trabalhadores estarão sujeitos a pagar a maior parte da conta da crise que vivemos. A Reforma é uma das pautas centrais do empresariado e o centro do ajuste fiscal que vem sendo imposto pelo governo Temer com apoio da ampla maioria do Congresso Nacional.
Em 2015, mesmo com a crise financeira já em curso, o total de receitas da Seguridade Social foi de R$ 694,2 bilhões, enquanto as despesas foram de R$ 683,1 bi, um saldo de R$ 11,1 bilhões. Nenhum aposentado, aposentada ou pensionista deixou de receber o benefício e ao contrário do que propagandeia diariamente a mídia comercial a Previdência não gera prejuízo. A Reforma tem como objetivo gerar superávit para ampliar o serviço da dívida pública e ainda poderá ampliar o mercado da previdência privada já que ao reduzir o valor do benefício, trabalhadores com maior renda buscarão completar sua aposentadoria junto ao setor privado
A PEC da Reforma da Previdência pretende modificar oito artigos da Constituição o que dificultará o acesso à aposentadoria de quem ainda não tem direito ao benefício, além de diminuir os benefícios pagos à idosos de baixa renda e deficientes.
Se aprovada essa Reforma fixa uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos tanto para homens quanto para mulheres, atualmente as mulheres podem se aposentar aos 60, o que desconsidera completamente a dupla jornada cumprida pela mulheres que precisam se dividir entre o trabalho fora de casa e os afazeres domésticos, as mulheres serão as mais penalizadas com essa Reforma.
A proposta do governo é que a Reforma também proíba o acúmulo de dois benefícios em uma mesma família, se uma mesma família possui um idoso e uma pessoa com deficiência, um dos benefícios será cortado. Sobre as pensões por morte a proposta da Reforma deverá reduzir em 50% + 10% por dependente, já que atualmente ela é integral, além disso, ela será desvinculada do reajusta do salário mínimo, o que permite ganhos reais.
Os militares não sofrerão cortes em suas pensões, como também não serão afetados pela Reforma, mesmo que eles representem um terço dos servidores e responsáveis por 44,8% do rombo de R$ 72,5 bilhões da previdência da União.
Por todos os motivos expostos é preciso ocupar ruas, praças, fábricas, escolas contra a Reforma da Previdência que aliada ao cenário de intenso ajuste fiscal e arrocho econômico quer impor que os trabalhadores paguem pela crise. OS trabalhadores serão os únicos que irão sofrer o impacto das mudanças, trabalhar e contribuir mais ao longo da vida para receber uma aposentadoria menor.
Edição: Monyse Ravenna