A eleição de outubro ainda não acabou. Para a população de três municípios pernambucanos, ainda não está definido que gestão assumirá a prefeitura até a próxima eleição, em 2020. As cidades do Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, Belo Jardim e Jataúba, no Agreste, ainda estão em aberto. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) voltou de recesso na última quarta-feira (1º) e nas próximas semanas deve definir situação política das cidades.
A cidade do Ipojuca tem apenas a 15ª maior população de Pernambuco, com cerca de 93 mil habitantes, mas é cobiçada, pois administra o 3º maior Produto Interno Bruto (PIB) do estado e 85º maior PIB do Brasil. O município está sem prefeito desde 1º de janeiro. O candidato mais votado em outubro foi Romero Sales (PTB), que superou o então prefeito Carlos Santana (PSDB). Mas Sales teve sua candidatura impugnada por uma condenação anterior: improbidade administrativa.
No ano de 2008, quando era vereador do Ipojuca, Romero Sales integrou uma comitiva de parlamentares da cidade que foi a Foz do Iguaçu, Paraná, em viagem paga com dinheiro público, para participarem de atividade institucional. Mas o grupo de vereadores não participou do referido encontro, aproveitando a viagem para fazer apenas turismo, diz a Justiça, que considerou o caso uma lesão aos cofres públicos.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) impugnou sua candidatura. Ele tentou recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas teve sua liminar rejeitada. Uma nova eleição foi agendada para o próximo dia 2 de abril. Romero Sales já anunciou que a candidata do PTB será Célia Sales, sua esposa, que terá como adversário o mesmo candidato derrotado em outubro, Carlos Santana (PSDB). Até lá a prefeitura está sendo gerida interinamente pelo presidente da Câmara de Vereadores, Ricardo Souza (PTC), que manteve quase todos os secretários da gestão tucana derrotada nas urnas.
Já em Belo Jardim, cidade de 76 mil habitantes no Agreste do estado, o candidato mais votado foi João Mendonça (PSB), primo do ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM). O candidato obteve 37,8% dos votos, mas teve sua candidatura impugnada pelo TRE também por improbidade administrativa. Ele recorreu ao TSE e conseguiu, junto ao ministro Gilmar Mendes, a aprovação de sua liminar, garantindo que ele tomasse posse na prefeitura.
Situação similar se deu na cidade vizinha, Jataúba. O candidato mais votado pelos 17 mil habitantes foi o então prefeito Antônio de Roque (PSB). Mas as suas contas na gestão da prefeitura foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). Seus adversários pediram a impugnação de sua candidatura, o que foi acatado pelo TRE. O tribunal, no entanto, aceitou um embargo em favor do prefeito, que conseguiu tomar posse, no último dia 1º de janeiro, no seu 5º mandato comandando a prefeitura de Jataúba. Mas a oposição recorreu ao TSE, que deve julgar o caso, assim como o de Belo Jardim, nas próximas semanas.
Decisão na Justiça
Outros 10 municípios tiveram o resultado das urnas pendentes nos tribunais. No Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana, o prefeito eleito Lula Cabral (PSB) foi o mais votado, mas tem contra si uma condenação por abuso de poder. Em julgamento, o TRE afirmou que Cabral poderia tomar posse, pois o abuso de poder pelo qual fora condenado não teve finalidade eleitoral. Foram julgados ainda os casos de Água Preta, Cortês, Casinhas, Gravatá, Riacho das Almas, Cabrobó, Carnaubeira da Penha, Dormentes e Ipubi.
Edição: Monyse Ravenna
