O Brasil de Fato Pernambuco conversou com Carlos Veras, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Pernambuco, na véspera da greve marcada para o próximo dia 30, Veras abordou temas como a importância da Greve como instrumentos dos trabalhadores, o Plano Popular de Emergência da Frente Brasil Popular e a agenda de reformas antipopulares do governo de Michel Temer.
Qual a expectativa das Centrais Sindicais para a paralisação do próximo dia 30, aqui em Pernambuco?
As nossas expectativas são as melhores possíveis, inclusive repetir aqui em Pernambuco o que fizemos no dia 28 de abril. Os Sindicatos estão todos mobilizando as suas bases, fazendo assembleias, há um sentimento muito grande entre os trabalhadores que anseiam por essa greve, por luta, para através da greve enfrentar todos esses ataques e essa agenda aí de retrocesso das reformas trabalhista e previdenciária.
Porque fazer Greve é importante?
Porque a Greve é a principal ferramenta de luta dos trabalhadores. Primeiro essas reformas não estão vindo só pela vontade do governo Temer e seus aliados, mas sobretudo pela pressão e por ser uma pauta dos grandes empresários do setor econômico desse País. A Greve Geral também força esses setores a sentirem no bolso que os trabalhadores não vão pagar essa conta sozinhos, que os trabalhadores não vão aceitar que retirem seus direitos já conquistados para aumentar e manter o lucro dos patrões. O setor do capital que financiou o golpe e que financia o mandato de Michel Temer que tem pressionado para implantação dessa agenda de retirada de direitos precisa saber que a classe trabalhadora vai reagir, da mesma forma que reagimos no dia 28 de abril e lá já avisamos que não iríamos parar, agora no dia 30 acontecerá, novamente, uma grande Greve Geral e a Greve Geral é a nossa principal ferramenta de luta porque ela mobiliza todos os trabalhadores e dá um recado muito claro ao setor empresarial que os trabalhadores não vão aceitar pagar a conta da retirada de direitos.
São quase 14 milhões de desempregados no Brasil, os movimentos populares e sindicais estão dizendo que o governo Temer não é a solução para a retomada do crescimento e aumento do número de empregos. Qual a solução que esses movimentos apontam?
Na Frente Brasil Popular nós lançamos o Plano Popular de Emergência que se apresenta como um instrumento de formação política para o conjunto dos trabalhadores. É um plano, como ele próprio já se intitula, emergencial. Traz propostas de ações concretas para resolver as crises política e econômica, porque não dá pra resolver os problemas econômicos do País, sem resolver a crise política. Então o primeiro ponto abordado pelo Plano Emergencial é a pauta das Diretas Já, é a participação popular com eleições diretas para reestabelecer a confiança do povo brasileiro no Estado e com o compromisso do próximo presidente eleito de convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, destinada a refundar o Estado de direito e estabelecer reformas estruturais democráticas. Tratamos também no Plano de propostas concretas para a retomada do emprego, uma das ações é a paralisação imediata da tramitação das reformas trabalhista e previdenciária, porque a reforma trabalhista não resolve o problema do desemprego, ela faz com que você perca o seu emprego. Outra proposta é baixar as taxas de juros, taxar as grandes fortunas, entre outras.
Quais são os principais ataques aos direitos que o povo brasileiro vem sofrendo?
Desde que Temer assumiu o governo temos tidos muitos ataques, começando pela PEC dos gastos públicos, que muitos trabalhadores podem achar que diminuir os gastos públicos é positivo, mas o que foi congelado foram os investimentos em saúde, educação, diminuindo muito os concursos públicos. Outro ataque é a Terceirização sem limites que é um processo de precarização da relação de trabalho. A Reforma do Ensino Médio que vai privilegiar que os filhos da elite brasileira possam ter acesso a cursos superiores e que os filhos da classe trabalhadora saiam do Ensino Médio direto para o mercado de trabalho e esse mercado de trabalho precarizado, que é um mercado com salário baixo, com quase nenhuma garantia trabalhista e de uma forma precária onde o trabalhador vai trabalhar a vida toda e não vai conseguir construir nenhum patrimônio na sua vida. A reforma trabalhista é gravíssima e que inclusive, não ajuda nem os empresários e vai privilegiar apenas um setor: os banqueiros. E a reforma previdenciária que acaba com a aposentadoria do povo brasileiro. São muitos ataques que estão sendo promovidos.
Edição: Monyse Ravena