No próximo dia 26 de julho, os sinais analógicos das emissoras da Região Metropolitana do Recife serão desligados, finalizando mais uma etapa do processo de digitalização. Em Pernambuco, temos uma TV pública estadual, a TV Pernambuco, gerida pela EPC – Empresa Pernambuco de Comunicação – e mantida pelo governo do estado, no entanto não recebeu o aporte necessário para viabilizar sua digitalização.
A TV Pernambuco precisa de um investimento de aproximadamente R$ 4,5 milhões para custear a digitalização da sua geradora em Caruaru e da retransmissora na Região Metropolitana. O governo do estado investiu mais de 70 milhões em publicidade paga a veículos e empresas privadas em 2016, entretanto não garantiu a digitalização da TV pública, mesmo com parte dos recursos necessários aportados mediante emenda parlamentar da Deputada Federal Luciana Santos (PCdoB-PE).
O governo do estado articula uma gambiarra com a TV ALEPE para evitar que a emissora saia do ar na Região Metropolitana com o desligamento das analógicas. Achou um absurdo? Leia atentamente para entender o que precisa ser feito.
O Conselho de Administração da EPC foi eleito em setembro e nomeado pelo governador em dezembro de 2016, mas ainda não foi convocado e nem empossado, ferindo a norma da empresa, que estabelece reuniões ordinárias trimestrais e, com isso, impedindo a eleição do seu presidente e o efetivo funcionamento do conselho que é composto por representantes eleitos da sociedade, membros do governo estadual e a AMUPE – Associação Municipalista de Pernambuco.
Diante destas questões, urge uma imediata tomada de posição do Governador Paulo Câmara, sob pena de retardar, ainda mais, o processo de recuperação, reestruturação e modernização desta emissora pública pertencente a todo o povo pernambucano.
São necessárias a digitalização do Sistema de Transmissão da TVPE (EPC) e a estruturação da empresa. Licitar, contratar e colocar em funcionamento todos os equipamentos necessários para a digitalização e contratar pessoal, estabelecer cronograma para digitalização das demais retransmissoras distribuídas por todo o estado.
Uma TV pública estruturada e democraticamente gerida cumpre importante papel na democratização da comunicação e na valorização da cultura, dos esportes, da geração de conteúdos e da produção independente do nosso estado.
Edição: Monyse Ravena