Pernambuco

Caravana

Governos Lula e Dilma trouxeram desenvolvimento a Pernambuco

Ex-presidente volta ao estado com agenda de quatro dias em três cidades

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Entre 2003 e 2014 o índice de pernambucanos abaixo da linha da pobreza caiu de 62% para 25% da população do estado
Entre 2003 e 2014 o índice de pernambucanos abaixo da linha da pobreza caiu de 62% para 25% da população do estado - Ricardo Stuckert

Da Bahia ao Maranhão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está percorrendo os nove estados do Nordeste brasileiro com a caravana “Lula pelo Brasil”, passando por 25 cidades ao longo de 20 dias. A viagem foi iniciada em Salvador no dia 17 de agosto, com ato político na capital baiana, e passa por Pernambuco durante essa semana para cumprir extensa agenda.

Além de conhecer o museu Cais do Sertão e o Parque Dona Lindu, Lula passa com sua Caravana por Ipojuca, para conversar com os trabalhadores do Porto de Suape, e visita o bairro de Brasília Teimosa. O ex-presidente participa, também, de ato político em defesa da Democracia e dos Direitos, organizado pela Frente Brasil Popular, no Pátio da Igreja do Carmo, Centro do Recife, a partir das 16h desta sexta-feira (25).

Durante o percurso, Lula se propõe a ouvir o povo e acompanhar as mudanças proporcionadas em Pernambuco a partir das políticas implementadas durante as gestões do Partido dos Trabalhadores (PT) na Presidência da República. O estado foi um dos mais beneficiados durante o período. Exemplo disso é que entre 2003 e 2014 o índice de pernambucanos abaixo da linha da pobreza caiu de 62% para 25% da população do estado, o que representa quase 3 milhões de pessoas.

Renda básica

Nascido no primeiro ano de governo Lula, o Bolsa Família se tornou referência mundial no combate à fome. Ele foi apontado em relatório da ONU em 2015 como essencial para a redução da pobreza. Segundo site oficial do programa, anualmente são atendidas mais de 1 milhão de famílias em Pernambuco. Em 2015 foram destinados quase R$ 2,2 bilhões às famílias pernambucanas a partir do Bolsa Família.

A arquivista Dolores* (nome fictício) tem uma filha de sete anos e começou a receber o Bolsa Família em 2011. O programa de transferência de renda permitiu que ela passasse a contribuir com as despesas da casa. “Quando eu comecei a receber foi muito bom, porque eu não trabalhava e o dinheiro que passei a receber ajudava nas despesas da família, como um leite que estava precisando”, afirma.

Outro programa voltado às famílias foi o “Minha Casa, Minha Vida”, principal programa de habitação desse período. De acordo com dados divulgados pela Fundação Perseu Abramo, em Pernambuco foram mais de 80 mil moradias entregues e outras 66,5 mil contratadas, totalizando quase 150 mil unidades. O investimento foi de R$4,4 bilhões em subsídios federais e mais R$4,4 bilhões de financiamento.

Democratização da educação

As pessoas com 25 anos de idade apresentavam, em 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em média 5,1 anos de estudo. Em 2014, após dois mandatos de Lula e um de Dilma, esse índice chegou a 6,9 anos.

Dentre as principais medidas destinadas ao ensino superior está o Programa Universidade para Todos (Prouni), que atendeu mais de 40 mil pessoas no estado desde 2005. Já o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) beneficiou mais de 60 mil pernambucanos a partir de 2010, enquanto o Ciência Sem Fronteiras levou mais de 4 mil pernambucanos a cursarem parte da graduação ou pós-graduação no exterior.

Também foi marcante nos governos PT o processo de interiorização do ensino superior e técnico no estado, a partir da criação de 7 novos campi das universidades e 16 novos campi de Institutos Federais. Para Raiane Diniz, estudante de administração da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) em Serra Talhada, nesses governos houve um avanço significativo na educação.
A construção dessas unidades acadêmicas abre possibilidades para a juventude camponesa. “O jovem consegue acessar a universidade, retornar para sua casa, desempenhar as atividades com sua família e colocar seus conhecimentos em prática”, declara. Filha de agricultores, ela ingressou na universidade através política de cotas, também implementadas durante o período Lula.

Saúde da família

O programa de saúde mais conhecido desse período é o Mais Médicos, que levou 960 médicos a 157 municípios do estado. Segundo Aristóteles Cardona, tutor do programa Mais Médicos pela Universidade do Vale do São Francisco, o programa surge a partir da identificação de dois problemas crônicos: o primeiro é que em termos numéricos a formação de profissionais médicos está abaixo do que a que o país precisa. E o segundo é a má distribuição desses profissionais, normalmente muito concentrados nas regiões metropolitanas e no sul e sudeste do Brasil.

O Mais Médicos tem como objetivos prioritários levar profissionais a municípios que necessitam, para que esses médicos assumam unidades de saúde da família; ampliar as vagas em cursos de medicina, para formar mais profissionais médicos; e estruturar melhor as unidades de saúde da família. Mas Cardona demonstra preocupação com os rumos do Mais Médicos sob a gestão de Temer: “Já houve uma redução no número total de profissionais do Mais Médicos em todo o Brasil e isso impacta no acesso da população ao atendimento profissional. Defender os Mais Médicos hoje é defender a população, é defender a saúde do povo brasileiro”, conclui.

Empregabilidade

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, entre os anos de 2002 e 2014, o número de pessoas desempregadas em Pernambuco caiu, enquanto a renda média real subiu de R$ 683,91 para R$ 1208,64.

Segundo a economista Tania Bacelar, professora aposentada da UFPE e sócia da Ceplan Consultoria, as políticas sociais e o aumento real do salário mínimo, elevaram a renda das famílias e isso dinamizou o consumo em Pernambuco. “A melhoria da renda somada ao crédito, eleva o poder de compra dos consumidores, dinamiza o mercado e atrai novos investidores”, explica.

Outro ponto relevante é a política de investimentos realizada durante as gestões petistas, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “O PAC teve um bloco de investimentos importante que chegou a Pernambuco. Pontuo três: a Transnordestina, a Transposição do São Francisco e o Minha Casa Minha Vida”, afirma.

Em relação à Petrobras e ao Porto de Suape, Tânia declara que a vinda da Petroquímica (PQS) para Pernambuco favoreceu a vinda do polo naval para o estado. “De 2006 a 2016 o nosso estado capturou R$ 110 bilhões em investimentos. É quase o PIB do estado. Pernambuco foi particularmente beneficiado pelos governos Lula e Dilma”, conclui.

Edição: Vinícius Sobreira