A Parada da Diversidade de Pernambuco chega, neste ano, a sua 16ª edição com o tema “Por cidades diversas, nenhum direito a menos!”. O espaço da cidade é onde a vida acontece, tanto na perspectiva pública como privada, e, por isso, é imprescindível considerar a pluralidade dos diversos sujeitos políticos que a compõem. O respeito a diversidade é o validador do direito de existir como cidadãos e cidadãs.
A ocupação da cidade por um evento como a Parada é um ato político. Isso porque as Paradas são momentos de visibilidade política, de celebração do orgulho de ser LGBT. Trata-se de uma estratégia de luta do Fórum LGBT-PE, a partir da qual promovemos visibilidade, como estratégia de fortalecimento de ações no enfrentamento da homofobia e de promoção da livre expressão da sexualidade. Por meio da Parada da Diversidade reafirmamos que existimos e resistimos.
A rua é o espaço que deveria ser de exercício de cidadania, no entanto, se apresenta como um lugar de constantes violências e violação de direitos para determinados segmentos sociais. De acordo com o Grupo Gay da Bahia, o ano passado foi o mais violento dos últimos 40 anos para a comunidade LGBT. Segundo a entidade, 343 pessoas foram mortas em todo o Brasil, uma média de um assassinato a cada 25 horas. A maior parte dos crimes de LGBTfobia acontecem em lugares ermos das cidades ou dentro de casa e a predominância é de vítimas jovens, com idades que variam entre 19 e 30 anos.
A Parada da Diversidade deste ano reivindica então, o direito à cidade para a comunidade LGBT. Tal direito se assenta na máxima de poder viver a cidade sendo quem se é, com respeito e de forma digna. Também diz respeito à possibilidade de interferir na cidade por meio de políticas públicas e instalações que garantam nossos direitos humanos. Reivindicamos, assim, nossa cidadania no sentido pleno da palavra.
Cordenação colegiada do Fórum LGBT de Pernambuco
Edição: Monyse Ravena