Nos últimos dias o Brasil entrou em ebulição com diversas atividades de mobilização, escrachos e vigílias na expectativa para o julgamento e condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Diante do cenário de perseguição política que se montou em torno da figura dele, o resultado do julgamento já era esperado, no entanto, isso não retirou dele e nem do povo a vontade de elegê-lo, mais uma vez, presidente da república.
O golpe em curso no país, após retirar a presidenta democraticamente eleita Dilma Rousseff (PT), retira os direitos dos trabalhadores, ameaça a previdência pública, privatiza a Petrobras, bem como tenta fazer com a Chesf, sucateia os bancos públicos e deforma a educação. A cartada final é tornar Lula inelegível em 2018.
Por isso, para impedir a candidatura de Lula vale tudo: condenação no tribunal de Porto Alegre durante período de recesso, proposta de semiparlamentarismo e até adiar as eleições. Fica evidente de que se trata de uma perseguição totalmente política, que só será derrotada no terreno da política.
Diante disso, a Frente Brasil Popular e os diversos movimentos populares e organizações políticas que a compõem organizaram um calendário de lutas em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato. Aqui em Pernambuco, a movimentação ocorreu no Recife com a etapa metropolitana da II Caravana Popular em Defesa da Democracia e de Lula que entre os dias 12 e 24 de janeiro organizaram uma série de atividades, entre ato político-cultural, café da manhã, lançamento de comitê, organização de troça carnavalesca e a distribuição de material explicando as irregularidades do processo pelo qual Lula foi julgado no dia 24.
Do litoral ao sertão o povo pernambucano se organizou pra mandar o recado ao judiciário de que “eleição sem Lula é fraude”. Caruaru, Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Petrolândia, Ouricuri e Petrolina foram alguns desses locais onde houve também adesivaço, vigília, e mobilizações diversas. Além das tantas outras milhares de pessoas que ocuparam Porto Alegre para tensionar o Tribunal Regional Federal da 4ª regional (TRF-4) e mostrar a força povo contra esse sistema judiciário arbitrário.
Toda esta movimentação tem a ver com a memória coletiva que o povo tem da melhoria de vida durante os governos de Lula e Dilma, entrar na universidade e andar de avião pela primeira vez, ter energia elétrica e uma cisterna, não há juiz que faça esquecer. Portanto, apesar da condenação, a esperança de uma vida melhor é mais forte e é o que faz nossa gente permanecer nas ruas lutando em de defesa Lula, porque ele representa a síntese da classe trabalhadora.
Vivemos um período difícil, é preciso restaurar os direitos sociais que estão sendo perdidos com esse golpe ou então seremos derrotados e assistiremos a definitiva implantação de uma sociedade neoliberal com seu irrestrito pacote de maldades. Portanto, é necessário permanecer em defesa da candidatura de Lula pois defendê-lo é defender a democracia.
Edição: Monyse Ravena