A Marcha Lula Livre, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e apoiada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pela Frente Brasil Popular (FBP) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT), fará uma trajetória do município de Caruaru, Agreste pernambucano, até à capital, com início nesta segunda-feira (16). A atividade foi anunciada na segunda-feira (9), na Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio, que foi palco para o lançamento de um calendário de luta para os meses de julho e agosto.
Durante o percurso, vários municípios sediarão atos em defesa da democracia e da liberdade de Lula, conforme explica o dirigente do MST no Estado, Jaime Amorim. “Vamos fazer um grande arrastão em Pernambuco. Sairemos de Caruaru e chegaremos a Bezerros dia 16. Depois estaremos em Gravatá, Pombos, Vitória de Santo Antão, Bonança, Moreno e, por fim, no Recife, no dia 20. Arrastaremos para a Praça da Democracia (Praça do Derby), onde estamos convocando para o grande ato Lula Livre!”.
Além da Marcha, os movimentos anunciaram grande ato dos trabalhadores e trabalhadoras para o dia 10 de agosto, nomeado “Dia do Basta”. Segundo o presidente da CUT-PE, Paulo Rocha, haverá uma forte paralisação. “Não dá para a gente engolir as reformas trabalhista e da previdência, a Emenda Constitucional 95 que retira mais de um bilhão da educação e, só em Recife, fechou 47 programas de saúde da família”, contou.
Ainda, o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, anunciou o lançamento da candidatura de Lula à presidência da República para o dia 18 deste mês e reafirmou a importância das mobilizações lançadas ontem. “Lula é um perseguido político, perseguido pelo Judiciário. Não vamos continuar nas ruas pelo direito de Lula ser presidente, esse direito é nosso”, explanou para os presentes no lançamento.
Habeas Corpus
A menos de noventa dias para as eleições deste ano e após o cerco à liberdade de Lula protagonizado pelo Judiciário no último domingo (8), a agenda de luta se intensifica não só no calendário, mas no sentimento daqueles que clamam por “Lula Livre”.
“Eu já vinha de todo jeito, mas depois de domingo deu um gás a mais para vir lutar, porque apesar de ter essa idade eu não posso compactuar com um País injusto que eu vou legar para os meus netos e bisnetos”, afirma a aposentada Auristela Castelo Branco, de 67 anos.
Para a integrante do Levante Popular da Juventude, Isa Gabriela, não é diferente. “Ter a possibilidade dele (Lula) ser solto, eu acho que muda, né? Dá um fio de esperança por mais que a gente saiba que esse judiciário não quer atender ao nosso anseio, ao que esperávamos que acontecesse no domingo”.
A integrante da coordenação estadual da FBP, Alessandra Maria, acredita que a Marcha Lula Livre e o Dia do Basta são culminâncias e expressam uma luta unitária e a retomada de fôlego para os próximos três meses. “Esses últimos períodos foram voltados para o olhar interno das organizações, aconteceram congressos e seminários, além das propostas de lutas coletivas que nos ajudaram e visualizar o todo. Existe o capital que é a nossa bandeira maior de enfrentamento”.
Edição: Catarina de Angola