Na última terça (31), foi declarada a greve de fome em solidariedade ao preso político Luís Inácio Lula da Silva. Jaime Amorim, Vilmar Pacífico e Zonália Santos, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Rafaela Alves e o frei Sergio Görgen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), e Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, da Central de Movimentos Populares (CMP), afirmaram ontem que a greve só acabará quando o Lula for solto.
Ontem, os militantes foram ao STF denunciar a greve de fome, lendo o manifesto da “Greve de Fome por Justiça no STF”, e após isso, protocolando o documento no tribunal. O grupo afirma ter entrado conscientemente na greve, e que a decisão extrema foi tomada pela situação extrema em que se encontra o país hoje. Após a leitura do manifesto, o grupo foi expulso de forma truculenta pela segurança do local.
Segundo Jaime Amorim, do MST Pernambuco, a greve tem dois objetivos, sendo o principal deles, a soltura de Lula, pré-candidato à presidência. “Nós colocamos duas centrais. Primeiro, a denúncia. Denunciar que o Brasil está voltando para o Mapa da Fome, sendo que saiu em 2014 e quatro anos depois são quase 12 milhões de pessoas. Denunciamos essa situação da fome, consequência do golpe político e jurídico de 2016, que gerou desemprego, violência, fome, miséria e insegurança”.
Para ele, a greve é uma forma de denunciar dentro e fora do país a manobra do poder judiciário para manter o pré-candidato preso, o que impediria sua candidatura. “Lula representa hoje o povo brasileiro, a possibilidade de termos um futuro com perspectiva, o que foi perdido nesses últimos dois anos. Lula representa essa vontade do povo do brasileiro”.
Mesmo com a saída violenta, o grupo pretende voltar à sede do STF nesta tarde, acompanhados de apoiadores da greve. “Nós vamos voltar ao STF até quando tivermos força física para isso. Quando não tivermos mais forças outros companheiros estarão acampados permanentemente na frente do STF para divulgar a greve de fome e fazer o debate com a sociedade. Nós estaremos sempre à disposição da imprensa, das entidades e organizações que desejarem nos visitar nessa longa batalha até que o STF se posicione sobre a liberdade de Lula e o julgamento das questões que o impedem de ser o candidato do povo brasileiro”, reforça Jaime.
Edição: Catarina de Angola