Durante toda esta quarta-feira (22), acontece na frente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, em Recife, um jejum em solidariedade à Greve de Fome, realizada por sete militantes de movimentos populares, em Brasília, e que chegou a seu 23° dia. Também hoje, às 18h, no Movimento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, acontece o ato público. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Frente Brasil Popular estão à frente da iniciativa de solidariedade.
De acordo com Paulo Mansan, da direção estadual do MST em Pernambuco, “em uma conjuntura em que o poder judiciário não respeita a Constituição, esses companheiros estão colocando suas vidas a serviço à disposição dessa causa e do povo brasileiro, já que com o golpe a vida do povo brasileiro está em risco”.
O jejum e o ato integram a vigília, que teve início na última segunda-feira (20), e que segue até o final da greve de fome, em adesão a onda nacional de solidariedade aos grevistas. A vigília tem o objetivo de somar forças na pressão nacional para que a ministra Carmen Lúcia, do Superior Tribunal Federal (STF), coloque em pauta as Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC), que questionam a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância e possibilitariam a soltura do preso político e candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva.
“Estamos aqui nesse jejum em solidariedade aos sete companheiros que estão em Brasília. Estamos aqui fortes e como sempre o companheiro Jaime Amorim nos deu exemplo, de estar sempre forte e firmes na luta”, comenta Sabryna Rayane, militante do MST.
A Greve de Fome no STF foi deflagrada no dia 31 de julho. Os militantes Jaime Amorim, Vilmar Pacífico e Zonália Santos, do Movimento do MST, Rafaela Alves e o frei Sergio Görgen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Luiz Gonzaga Silva, Gegê, da Central de Movimentos Populares (CMP) e Leonardo Soares, do Levante Popular da Juventude, já mostram sinais de fraqueza e fadiga enquanto aguardam a decisão da ministra Carmem Lúcia.
Para André Barreto, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e da Frente Brasil Popular, “o judiciário é um dos protagonistas do golpe, o Estado de exceção é bancado em grande medida por medidas judiciais que roubam os direitos da classe trabalhadora brasileira. É importante as medidas que constranjam o judiciário”.
Edição: Catarina de Angola