Em Recife, com mais de 7 mil participantes, o Grito dos Excluídos foi às ruas da cidade pela 24ª vez, com o lema “Desigualdade gera violência: basta de privilégios!”. As falas durante a mobilização, que teve início na Praça do Derby e saiu em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista, trouxeram um alerta a escalada de violência sofrida pelo povo brasileiro. E em especial aos trabalhadores e trabalhadoras mais pobres, desde a consolidação do golpe via o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, seguida da retirada de direitos, privatização e precarização do trabalho, até a prisão de Lula.
“A gente no Grito dos Excluídos com as pastorais, os movimentos sociais, as igrejas envolvidas, os coletivos, os sindicatos apontamos o que de fato nesse país tem gerado violência, que é a desigualdade. Desigualdade que vem com a PEC de redução dos gastos, com o golpe na presidenta Dilma e com a prisão de Lula. Todas essas situações que oprimem a classe trabalhadora geram violência”, pontuou Valmir Assis, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MTC).
A concentração iniciou com uma aula pública sobre a conjuntura com Paulo Mansan, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Andrea Butto, da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). O ato seguiu com a mística de abertura conduzida pela irmã Graça Cordeiro, com a turma do Flau e a Banda Mulungu. A mística contou também com um momento ecumênico conduzido pelo Monge Beneditino Marcelo Barros, Alexandre L'Omi L'Odò, do Candomblé, Irmã Consuelo, das Mulheres Religiosas, Marcos Barros, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Pedro Silveira, da Igreja Batista, e Padre Josenildo, coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Olinda e Recife.
A Caminhada seguiu pela Avenida Conde a Boa Vista, no Centro da cidade, animado pelo Coletivo Siembra, Turma do Flau e pela batucada do Levante Popular da Juventude, Ritmo da Luta, e Nação Mulambo. No caminho, foi realizada uma parada para homenagear Margareth Cavalcanti, histórica construtora do Grito dos Excluídos e das lutas do povo em Recife, que faleceu em junho.
“Fizemos um abraço simbólico no Rio Capibaribe, onde refletimos sobre o processo de privatização das águas. O governo Temer está privatizando o setor elétrico, e aqui para Pernambuco, em especial, a Chesf. As águas são para a vida e não para a morte”, ressaltou Paulo Mansa, do MST.
O ato finalizou ao som do trompetista Jorge Rabelo Neto e um com um grande abraço ao Rio Capibaribe, lembrando a resistência dos pernambucanos/as na luta contra as privatizações que tem ameaçado a Chesf e junto com ela a privatização das águas, fonte de vida do povo.
Edição: Catarina de Angola