Pernambuco

ELEIÇÕES 2018

Você conhece os candidatos ao Senado por Pernambuco? Eleitorado deve escolher dois

Doze nomes estão na disputa, dentre os quais quatro são mulheres. Mandato de senadores dura oito anos.

Brasil de Fato | Recife (PE) |
No Senado a divisão de vagas é igualitária: três senadores para cada unidade federativa.
No Senado a divisão de vagas é igualitária: três senadores para cada unidade federativa. - Marcelo Camargo/Agência Brasil (as fotos ao longo da matéria são da Presidência da República ou disponibilizadas pelos próprios candidatos)

Neste domingo (7), quando forem às urnas, os eleitores e eleitoras pernambucanos votarão em candidaturas a deputado federal, seguida pela candidatura à estadual e podem escolher até dois nomes ao Senado Federal. Por último vêm governador e presidente da República. Após matérias sobre candidaturas a deputados, governador e presidente, é a vez de falar dos 12 postulantes às duas vagas no Senado.

Diferente dos deputados, que cada estado tem uma quantidade de vagas proporcional à sua população, no Senado a divisão de vagas é igualitária: três senadores para cada unidade federativa. Seus mandatos duram oito anos, o dobro dos demais mandatos. Em 2014 se encerrou o mandato de Jarbas Vasconcelos (MDB) como senador, tendo ele optado por se candidatar a deputado federal. Para o lugar de Jarbas foi eleito Fernando Bezerra Coelho (então no PSB, mas hoje no MDB), que exerce mandato até 2022. Este ano de 2018 se encerram os mandatos de Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT). Enquanto Monteiro tenta se eleger governador, Humberto tenta renovar seu mandato por mais oito anos.

O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) tem uma trajetória relevante na política, que começou ainda como estudante de medicina na UFPE. Em seguida presidiu o Sindicato dos Médicos de Pernambuco e, anos depois, Humberto foi eleito deputado estadual e em seguida federal. Posteriormente, em 2000, foi o vereador mais votado do Recife. Foi secretário de saúde na gestão do prefeito João Paulo.

Com a vitória de Lula em 2002, Humberto foi chamado para ser ministro da Saúde, tendo como principal criação o Samu. Como senador desde 2011, o petista se posicionou contra o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT) e, nos últimos anos, tem sido um dos principais líderes no combate às medidas econômicas de Temer, que retiraram direitos dos trabalhadores e não geraram empregos.

Também na disputa pelo Senado estão dois ex-ministros de Temer: Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB). Como deputados federais, ambos foram responsáveis por colocar Temer na presidência e ajudaram a cortar as verbas e a aprovar os projetos de Temer. Além dos votos pela retirada de direitos dos trabalhadores, também votaram em defesa de Temer, para que o presidente golpista não fosse investigado por corrupção.

Mendonça foi o ministro da Educação que cortou verbas das universidades públicas, levando algumas até a fechar durante meses. Já Bruno Araújo (PSDB) foi o ministro das Cidades responsável por cortar verbas que iriam para o programa Minha Casa Minha Vida, especialmente as verbas que iriam para a Faixa 1 do programa, justamente para construção de habitacionais para a população mais pobre.

Outro candidato ao senado é o também deputado Sílvio Costa (Avante). Professor de formação e político desde os anos 1990, Sílvio tem uma trajetória controversa, quase sempre em partidos pequenos e sem alinhamento político definido. Passou por PMN, PTB, PSC e desde 2015 está no PTdoB, sigla que mudou o nome para Avante. Se destacou com seus discursos verborrágicos em defesa de Dilma Rousseff durante o processo do impeachment, mas posteriormente votou a favor da PEC do Teto de Gastos, que congelou por 10 a 20 anos os investimentos em educação, saúde e outras áreas.

Governador entre 1998 e 2006 e senador de 2007 a 2014, Jarbas Vasconcelos (MDB) quer voltar à câmara alta após quatro anos como deputado federal. Integrante do partido de Temer, Jarbas votou favorável a todas as medidas do presidente sem votos, como a PEC do Teto, a terceirização e a reforma trabalhista. Jarbas só divergiu de Temer na hora de defender o presidente, tendo votado favorável à investigação. Apesar de estar na Frente Popular, uma coligação com hegemonia de centro-esquerda, Jarbas sempre foi alinhado com a direita.

A chapa do PSOL conta com duas candidatas ao Senado. A olindense Eugênia Lima iniciou sua militância política no movimento estudantil, nos anos 2000. Graduada em direito, Eugênia é próxima aos grupos de cultura de sua cidade e fundou o grupo percussivo Conxitas, formado exclusivamente por mulheres.  No poder público, foi gestora de políticas para a juventude da Prefeitura de Olinda durante a gestão de Luciana Santos (PCdoB). Mestra em desenvolvimento urbano, nos últimos anos tem atuado principalmente na pauta do direito à moradia, tendo defendido as famílias atingidas pelas obras da Copa do Mundo. É filiada ao PSOL desde 2015 e integra o grupo mais próximo ao vereador Ivan Moraes.

Já Albanise Pires é engenheira eletrônica, mas trabalha no serviço público, como analista do Ministério Público da União (MPU). Iniciou sua atuação no movimento estudantil, no Partido dos Trabalhadores (PT). Saiu do partido em 2004 para ser uma das fundadoras do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Foi candidata a prefeita do Recife, em 2012; ao Senado, em 2014; e a vereadora do Recife, em 2016. Dentro do PSOL, integra o grupo mais próximo ao deputado Edílson Silva.

Outra mulher na disputa por uma das vagas é Lídia Brunes (PROS), moradora de Olinda, graduada em administração e coordenadora há 10 anos do movimento de luta por moradia MTST/UNMP.

A advogada e professora de direito Adriana Rocha (Rede) também está entre as postulantes ao Senado. Também pela Rede, mas com um perfil totalmente diferente, está candidato Jairo Lima, conhecido como Pastor Jairinho, músico gospel popular entre os religiosos da cidade do Paulista.

Pelo Partido da Causa Operária (PCO) o nome indicado ao Senado é Alex Lima Rola, que se candidata a cargos eletivos pela primeira vez. Sociólogo e servidor público da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).

Hélio Cabral (PSTU) é agrônomo e professor universitário e sindicalista, militando na central sindical Conlutas e na Associação de Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe).

Edição: Monyse Ravena