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Democratizar a democracia

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"Pela Constituição, todos os brasileiros têm direitos que foram inscritos na lei, mas ainda não foram postos em prática"
"Pela Constituição, todos os brasileiros têm direitos que foram inscritos na lei, mas ainda não foram postos em prática" - Comunicação Levante Popular da Juventude
Não há democracia sem cidadãos e cidadãs

Na semana em que o Brasil comemorou o 15 de novembro, dia da proclamação da República, é bom reafirmar nosso compromisso com a Democracia. A democracia só pode ser construída quando se cria consciência de cidadania. Não há democracia sem cidadãos e cidadãs. É preciso construir uma sociedade democrática, na qual o direito de todos à cidadania seja exercido como participação nas decisões sociais e políticas. Democracia é forma de existência social, baseada na igualdade e no respeito à dignidade de todos/as. Isso supõe uma sociedade aberta que permita sempre a consciência e o respeito aos direitos civis e sociais. Pela Constituição, todos os brasileiros têm direitos que foram inscritos na lei, mas ainda não foram postos em prática. No Brasil, muitos não podem exercer seus direitos à habitação, saúde, educação e outros que a Constituição prescreve. No entanto, em 1948, a ONU já havia afirmado serem direitos de todos. Os movimentos sociais têm procurado transformar os direitos declarados pela lei em conquistas reais. As lutas pela igualdade entre homem e mulher, pelo fim das discriminações raciais e pelas liberdades civis ampliaram os direitos sociais de todos os cidadãos. Os movimentos sociais também exigiram o reconhecimento dos direitos das crianças, idosos, minorias étnicas e sexuais. Nas lutas ecológicas, a democracia é o direito ao meio ambiente sadio.

Nas lutas pelos direitos, muitos grupos reivindicam “ações afirmativas”, ou seja, propostas que garantam os direitos sociais e a superação das desigualdades, das discriminações e dos preconceitos. Essas lutas exigem articulação da sociedade civil. Nisso, as escolas e universidades têm importante colaboração a dar. Devemos defender a diversidade de culturas e o direito dos diferentes grupos expressá-la em suas formas próprias, sem hierarquia ou dominação de uma sobre outra. 

Na América Latina, os povos indígenas têm proposto à sociedade o paradigma do Bem Viver individual e coletivo, como objetivo do Estado e critério das relações sociais e políticas. No sul do México, os índios propõem que as autoridades mandem obedecendo. Nos evangelhos, Jesus já propunha que as pessoas que exercem o poder façam isso para servir e para garantir que todos possam viver dignamente. Essa é a verdadeira revolução.

Edição: Vanessa Gonzaga