Após as eleições deste ano, pautas que estavam adormecidas do debate como a Reforma da Previdência vieram à tona. Isso porque o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já sinalizou que é a favor da reforma e também de outras medidas que colocam em risco os direitos trabalhistas do povo brasileiro, como a possibilidade de extinguir o Ministério do Trabalho.
É com este foco que trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias se reuniram na manhã desta quinta-feira (22) em frete à sede do Ministério do Trabalho e Emprego, no Recife, contra a Reforma da Previdência e em defesa do Ministério do Trabalho. O ato é uma iniciativa da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT) e faz parte das mobilizações nacionais das centrais sindicais em defesa da democracia e contra os desmontes dos direitos.
Para o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado de Pernambuco (SindsepPE), José Carlos Oliveira, o ato representa principalmente a defesa das políticas sociais e que tem caráter para além dos sindicatos que organizaram. “As propostas do novo presidente eleito para diminuir o tamanho do Estado só penaliza a sociedade brasileira. A intenção principal é transferir poupança do setor público para o setor privado. E por mais que os serviços públicos estejam defasados eles são os patrimônios de quem não têm patrimônio. Eles pertencem a nossa sociedade”, diz.
Carlos Veras, presidente da CUT-PE e deputado federal eleito, afirma que a extinção do Ministério do Trabalho significa um abandono aos trabalhadores. “Hoje com a Reforma Trabalhista os trabalhadores já diminuíram muito os números de ações movidas em prol de seus direitos. Imaginem sem o Ministério do Trabalho? Quem vai fazer esse processo de mediação? Nós precisamos na verdade é melhorar o Ministério e as condições de trabalho de quem trabalha nele”.
Sobre esses servidores que compõem o Ministério, Simone Brasil, que é auditora fiscal do trabalho, conta que o sentimento é de desalento. “Pra mim representa a perda da minha casa. Estou aqui há 33 anos, foi o meu primeiro emprego e enquanto servidora desta casa, o fechamento do Ministério é a perda da minha referência de trabalho. Sem falar que esta casa representa uma das últimas trincheiras dos trabalhadores nesta conjuntura”, conclui.
Edição: Monyse Ravenna