Cerca de 80 mil canavieiros paralisaram suas atividades nesta segunda (3), após 13 rodadas de negociação da Campanha Salarial da Categoria em que não tiveram avanços. Os patrões dizem só negociar salário se retirarem direitos historicamente conquistados da Convenção Coletiva de Trabalho, a exemplo das horas in itinere, que é o tempo gasto na ida e volta até o local de trabalho.
As negociações da 39ª Campanha Salarial foram coordenadas pela Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais do Estado de Pernambuco (FETAEPE), que representa sindicatos da Zona da Mata em mais de 40 municípios do estado. A a mobilização também contou com o apoio da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (FETAPE), da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
As reuniões começaram no dia 9 de outubro e, na última quinta-feira (29), o diálogo sem avanços chegou ao limite, o que impulsionou a movimentação para a greve. Os empresários informaram que qualquer avanço na pauta apresentada pela categoria só ocorreria com a renúncia ao direito das horas in itinere.
Gilvan José Antunis, presidente da FETAEPE, alerta do risco que é a retirada de direitos já conquistados pela categoria ."Os patrões, que foram notificados na última sexta, querem acabar com conquistas históricas de nossa categoria. Se houver a retirada das horas in intinere, o canavieiro terá uma perda de 20% do seu salário”, afirma.
Edição: Vanessa Gonzaga