Antes de ser considerado um bairro, Água Fria era parte da região de Beberibe. A história dessa região surge ainda no século XVI, quando esteve inclusa no dote de casamento de Diogo Gonçalves e Izabel Fróis, afilhada da rainha Catarina de Portugal. Foi em Água Fria que Leonardo Fróis, filho do casal, montou resistência contra os holandeses. Com o tempo, as terras da região foram sendo vendidas e divididas, dando origem ao bairro “Beberibe de Baixo”.
O atual nome do bairro possui duas versões. A primeira, considerada fantasiosa, diz que ali, no século XIX, um menino vendia cocadas e oferecia aos fregueses água bem fria, trazida numa quartinha. Já outra versão conta que um dos afluentes do Rio Beberibe, que corta o bairro de Água Fria, possui um manancial de água bem fria. Água Fria também se destaca ainda por ser sede do mais antigo terreiro de xangô em atividade no Nordeste, fundado pela escrava Ifatinuké (conhecida como Tia Inês), em 1875. No fundo do terreiro há uma árvore gameleira, de semente trazida da África. Nas décadas de 1930 e 1940, quando houve forte repressão policial aos cultos africanos, seu tronco oco serviu para esconder símbolos dos orixás. Também o bairro é conhecido pelo comércio, que ganhou força na década de 1950, com o Mercado de Água Fria.
Edição: Monyse Ravenna
