Antes de se tornar bairro, Ouro Preto era uma grande fazenda naquela região da cidade de Olinda. Muitas famílias já viviam no local, sem acesso a água encanada, energia e saneamento básico, o que causava enchentes nos períodos de chuva.
Por ser uma área improdutiva, uma grande parte da fazenda foi desapropriada em 28 de julho de 1966. A área foi adquirida pelo Serviço Social Contra o Mocambo, depois chamado de Serviço Social Agamenon Magalhães, e previa a construção de 4.000 casas financiadas pelo BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, presidido na época por Felipe Herreira.
Por isso, a região onde as casas foram construídas ficou conhecida como Vila Felipe Herreira, mas com o tempo o nome Ouro Preto prevaleceu. Grande parte dos moradores vivia da agricultura, o que impactava na quantidade casas de farinha, lotes com plantações de hortaliças e também o transporte de charrete, pois na década de 1970 ainda não haviam linhas de ônibus para o local.
O que acelerou a urbanização do bairro foi a chegada das emissoras de TV, que dali conseguiam transmitir o sinal para grande parte do nordeste. Hoje, a antiga fazenda que abrigava centenas de moradores é um dos maiores bairros da cidade, com cerca de 30 mil habitantes e problemas ainda não resolvidos desde o início da fundação do bairro, como a recorrente falta de água no local.
Edição: Monyse Ravena