As medidas anunciadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) continuam gerando reações de insatisfação popular em todo o Brasil. Após a grande repercussão alcançada com as manifestações do dia 15 de maio, quando milhares de pessoas ocuparam as ruas de mais de 200 cidades brasileiras espalhadas em oposição aos cortes de 30% dos recursos destinados à educação, nesta quinta-feira (30) a população realizou novos protestos para reforçar o recado dado. Além de não aceitar a diminuição do orçamento das universidades e escolas, os grupos também não concordam com a proposta da Reforma da Previdência apresentada pelo ministro da Economia Paulo Guedes.
Em Pernambuco, os protestos do dia 30 de maio acontecem em diversas cidades. Pela manhã, petroleiros e petroleiras da Refinaria Abreu e Lima realizaram manifestação em Ipojuca, cobrando que os royalites do Pré-Sal continuem sendo investidos em educação. Na ocasião, o Sindicato dos Petroleiros PE/PB anunciou que os trabalhadores e trabalhadoras deliberaram a adesão à Greve Geral, que vai ser realizada no dia 14 de junho. Ainda pela manhã, houve atos públicos em cidades como Araripina, Garanhuns e Caruaru. A maioria dos presentes eram estudantes.
Pela tarde, as manifestações mais expressivas acontecem na capital pernambucana e no Vale do São Francisco. Em Petrolina, o ato iniciou na praça do Bambuzinho, centro, e foi organizado pela Frente Brasil Popular (FBP). Já no Recife, a concentração do ato teve início às 15h, na Rua da Aurora, Boa Vista. De lá, milhares de estudantes, mães e pais de alunos/as, professores, técnicos-administrativos e demais participantes seguem em caminhada pelas ruas do centro da cidade, em direção ao pátio do Carmo. O evento é organizado por sindicatos e organizações estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Entenda
Os cortes nos recursos da Educação foram anunciados no início do mês de maio pelo ministro da Educação Abraham Weintraub. Rapidamente, a notícia repercutiu e representações de universidades, escolas e institutos federais alertaram que essa diminuição do orçamento impossibilitaria o pleno funcionamento das instituições educacionais. Muitas universidades e institutos declararam que não teriam dinheiro para funcionar já no segundo semestre do ano. Após os atos do dia 15 de maio, que tiveram como destaque educadores e estudantes, o governo anunciou no último dia 22 a liberação de R$1,6 bilhões. No entanto, essa verba liberada era referente a outro bloqueio preventivo bilionário que o governo realizou em dois de maio sem anúncio, não se tratando dos cortes de R$5,2 bilhões que levaram o povo às ruas.
Edição: Monyse Ravena