Desde o último domingo (2) e até a quarta-feira (5), o Observatório de Saneamento e Meio Ambiente do Recife (OSAR) estará participando de um evento na cidade de Haia, na Holanda, que se propõe a discutir soluções tecnológicas em setores fundamentais para subsistência global, como água, alimentação, agricultura, energia, conectividade e saúde. O OSAR é um coletivo de pesquisadores que atua na área de pesquisa e monitoramento das condições sanitárias, urbanísticas e ambientais da capital pernambucana.
O coletivo, que será representado pelo pesquisador Demétrius Ferreira, mestre em Desenvolvimento Urbano e doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é responsável por um dos cinco projetos brasileiros selecionados para a edição 2019 do Global Entrepreneurship Summit (GES), evento que busca conectar empreendedores, investidores e parceiros focados em inovação e desenvolvimento de soluções tecnológicas de impacto global.
A ferramenta é focada no mapeamento dos pontos de perdas de água na cidade do Recife de forma georreferenciada e com análise de dados em tempo real. Já em fase final de desenvolvimento, ela vai permitir diagnósticos mais ágeis e precisos sobre problemas na rede de distribuição, assim como garantir transparência em sua gestão.
“Hoje, o índice de perda de água na rede de distribuição do Recife atinge a cifra de 61%, ou seja, mais da metade da água que deixa os reservatórios não chega às nossas casas. Nossa expectativa é que, qualificando a análise e o diagnóstico sobre esses pontos de desvio, possamos gerar informações precisas sobre os diferentes tipos de perda e agir de forma mais eficiente no combate ao problema”, explica Demétrius.
Fundado em 2017, o Observatório de Saneamento do Recife é formado por pesquisadores do Recife e Região Metropolitana e busca facilitar o acesso a estudos científicos, propostas técnicas, políticas públicas e práticas locais (individuais e coletivas) que tenham o acesso à água, esgotamento sanitário, drenagem e coleta de lixo como foco central. No ano passado, o coletivo foi selecionado para incubação no Porto Social, onde passou a ter contato direto com um ecossistema social de inovação e tem recebido formação para aperfeiçoamento institucional do grupo.
Edição: Marcos Barbosa