A mortalidade materna entre mulheres negras representou 95% do total de mortes maternas no ano de 2018, de acordo com os dados preliminares do Comitê de Prevenção e Estudos da Mortalidade Materna do Município do Recife. No país, o índice de morte materna é três vezes maior em mulheres negras em relação às mulheres não negras. Tendo em vista esse contexto e para debater essas e outras questões relacionadas a mortalidade materna, Recife recebe dois espaços de debate no início da próxima semana.
Na segunda (10), acontece o seminário “Evitável: de olho na mortalidade materna em Pernambuco”, a partir das 9h, no Auditório do Ministério Público da Avenida Visconde de Suassuna. A atividade terá a participação da Profa. Paula Rita Bacellar Gonzaga, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Gilliate Coelho Neto, da Secretaria-Executiva de Regulação em Saúde, Édipo Soares Cavalcante, coordenador do CAOP Saúde, e Ivana Coelho, promotora de Justiça de Defesa de Saúde da capital. A mandata coletiva Juntas (PSOL) estará como debatedora, além dos comitês municipal e estadual de prevenção e estudos da mortalidade materna, que estão organizando o evento.
Na terça-feira (11), às 18h, no SINTEPE, acontece o debate "Morte materna no Brasil tem cor? Um debate sobre equidade em saúde e Justiça Reprodutiva”, com realização da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, em conjunto com o Grupo Curumim, e o apoio de UNFPA e da Coalizão Internacional pela Saúde das Mulheres (IWHC). A discussão fica por conta da Profa. Paula Gonzaga (UFSB) e Ângela Nascimento, assistente social, coordenadora do Serviço Integrado de Saúde da UFPE, Rose Santos, da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, Paula Viana, enfermeira integrante do Comitê Municipal e Estadual de Prevenção e Estudo da Mortalidade Materna, e Danielle Braz, economista e coordenadora da mesa, representantes do Grupo Curumim.
Os debates também tratarão do conceito de Justiça Reprodutiva, que tem sido debatido mundialmente e foi criado por mulheres afro-americanas em 1994 e que “se apresenta com a finalidade de ampliar o olhar sobre os direitos reprodutivos porque traz conjuntamente os direitos humanos e a justiça social para o exercício pleno da saúde reprodutiva”.
Edição: Vanessa Gonzaga