Na manhã desta quarta-feira (12) representantes de todas as Centrais Sindicais realizaram coletiva de imprensa sobre a Greve Geral nacional que acontece nesta sexta-feira (14). Representantes do Sindicato dos Metroviários e da Força Sindical, central à qual está ligada o Sindicato dos Rodoviários, afirmaram que não haverá transporte público nesta sexta-feira.
Na última segunda-feira (10) os trabalhadores do metrô realizaram assembleia e, segundo Angélio Gomes, diretor do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, a paralisação total do metrô foi aprovada de maneira quase unânime. "Os companheiros de trabalho têm aceito de forma muito positiva", diz Angélio Gomes. "Existe um desejo muito grande da categoria para que as medidas do governo não cheguem de uma forma concreta aos trabalhadores do metrô", completa.
O cenário político nacional é o principal motivador da paralisação dos metroviários. "Essa paralisação é contra a Reforma da Previdência, contra as privatizações e contra a retirada do orçamento da educação, que afeta alguns de nós diretamente e outros indiretamente, já que afeta a educação dos nossos filhos", diz Angélio Gomes. "O nosso pessoal que trabalha na noitada já não vai trabalhar a partir da meia-noite. E às 5 horas da manhã as estações estarão fechadas, não funciona trem algum", completa.
Além das pautas nacionais, o sindicato também reivindica pautas locais. "Essa paralisação é também contra o aumento de passagens", diz, em referência à elevação da tarifa do metrô, que em maio subiu de R$1,60 para R$2,10. Está previsto um novo aumento em julho, quando a tarifa sobe para R$2,60. Em setembro sobe para R$3,00 e em novembro, novo aumento, para R$3,40. Em janeiro de 2020 é previsto que a tarifa suba novamente, para R$3,70 e, em março, a passagem de metrô do Recife chegará aos R$4,00. O aumento acumulado em menos de um ano será de 150%.
Os trabalhadores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) também deliberaram nacionalmente pela adesão à Greve Geral. Além do Recife, a CBTU é a responsável pelos trens das cidades de João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN) e Belo Horizonte (MG).
Ônibus
Os trabalhadores dos ônibus, por estarem em campanha salarial, podem ser prejudicados em caso de adesão formal à Greve. É o que diz o presidente da Força Sindical, Rinaldo Júnior, que também é vereador do Recife pelo PRB. "Não haverá assembleia para formalizar a adesão à greve. Mas a direção do Sindicato dos Rodoviários não está contrária à Greve. Os ônibus podem parar, mas precisaremos garantir isso de outras formas", afirma. O dirigente da Força Sindical se diz confiante para uma grande paralisação dos ônibus nesta sexta.
A Greve Geral tem sido anunciada pelos trabalhadores desde o mês de abril, tendo como ponto central de reivindicações a rejeição à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 6/2019, conhecida como Reforma da Previdência. Estiveram presentes na coletiva de imprensa representantes das centrais sindicais CTB, CUT, Conlutas, Força Sindical, Intersindical, Nova Central Sindical, CGTB e UGT.
Educação
Os cortes de verba da educação anunciados pelo governo Jair Bolsonaro levaram os estudantes a realizarem manifestações no mês de maio e a se somarem nas mobilizações para a greve desta sexta, que também incorporou a pauta da educação como instrumento para o desenvolvimento nacional.
Sindicatos de professores municipais (como o Simpere), da rede pública estadual (Sintepe), das universidades federais (Sintufepe) e da rede de educação privada (Sinpro) também aderiram a greve, que está sendo apoiada ainda por entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e União dos Estudantes de Pernambuco (UEP).
Edição: Monyse Ravena