Duas semanas após as manifestações contra os cortes na Educação que mobilizaram todo o estado no dia 30 de maio, nesta sexta-feira (14) os pernambucanos voltam às ruas contra as medidas do governo Jair Bolsonaro (PSL). Os protestos fazem parte da agenda da Greve Geral, que acontece em todo o Brasil e tem como objetivo central defender o direito de aposentadoria e barrar a Reforma da Previdência apresentada pelo presidente e seu ministro da Economia Paulo Guedes por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/19.
A ação unitária é convocada pelas centrais sindicais e conta com o apoio de movimentos populares, partidos políticos de esquerda, entidades estudantis, além da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo. O objetivo é que sejam paralisados todos os locais de trabalho, estudo, comércio, bancos e circulação de mercadorias. Os organizadores esperam paralisações maiores e mais impactantes que as de 2017, quando 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras cruzaram os braços em todos os estados do Brasil.
Em Pernambuco, estão organizadas ações da Greve Geral em mais de 20 municípios, como Salgueiro, Serra Talhada, Arcoverde, Caruaru, Surubim, Belo Jardim, Vitória de Santo Antão, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Igarassu, Petrolândia, Gravatá, Palmares e Goiana. No Recife, o ato acontece no cruzamento da rua do Sol com a avenida Guararapes, no centro da cidade. A concentração tem início às 14h. A capital pernambucana contou com manifestações massivas nos dias 1º, 15 e 30 de maio, consideradas “termômetro” para a Greve Geral.
No Vale do São Francisco, a cidade de Petrolina também será palco de novos protestos em defesa da aposentadoria e da Educação. A concentração acontece às 8h30, na praça do Bambuzinho. Os petrolinenses estão há dias mobilizando para o grande ato, com atividades preparatórias para a greve realizadas durante toda a semana em centros comerciais, terminais de ônibus, feiras e comunidades.
Na região do Agreste, a população de Garanhuns também está mobilizada para parar nesta sexta-feira. O ato político tem concentração no parque Euclides Dourado, marcada para as 8h da manhã. Em Araripina, município do sertão pernambucano, foi convocada uma Plenária em Defesa da Aposentadoria e da Educação. A ação acontece na Câmara Municipal araripinense e também começa às 8h.
Categorias como bancários, professores, metalúrgicos, químicos, portuários, trabalhadores rurais, agricultores familiares, metroviários, eletricitários, urbanitários, petroleiros, enfermeiros, correios, servidores públicos federais, estaduais e municipais e trabalhadores da Educação e da Saúde, entre tantas outras, confirmaram participação da paralisação em assembleias.
Entenda
As mobilizações dos trabalhadores e trabalhadoras são uma reação às medidas anunciadas pelo presidente Bolsonaro em seus primeiros seis meses de mandato, dentre elas a Reforça da Previdência. A proposta do atual governo para a aposentadoria prejudica principalmente os grupos economicamente mais vulneráveis, por meio de medidas como aumento do tempo de contribuição, mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e fim da aposentadoria rural. A última Greve Geral no Brasil aconteceu no dia 28 de abril de 2017 e pretendia barrar a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, ainda propostas pelo ex-presidente Michel Temer.
Edição: Monyse Ravena