Na última segunda-feira (17) o governador do Maranhão, Flávio Dino, revelou que uma das primeiras medidas propostas para o Consórcio Nordeste é a retomada de uma parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para viabilizar a contratação de médicos estrangeiros, em sua maioria cubanos, para atuarem na região. Diferente do programa Mais Médicos, a contratação não seria através do Governo Federal, mas pelo Consórcio Nordeste. A OPAS é ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em 2013 a então presidenta Dilma Rousseff (PT) firmou parceria com a OPAS para viabilizar a contratação de mais de 8 mil médicos cubanos para atuarem no Brasil, nos postos de trabalho os quais não havia médicos brasileiros interessados, assim como para as cidades menores, comunidades indígenas e quilombolas que também estavam sem cobertura médica ou com cobertura insuficiente.
O programa durou 5 anos e chegou ao fim em dezembro de 2018, quando o governo cubano convocou seus cidadãos de volta, por avaliar que eles não estavam em segurança no Brasil. O recém eleito presidente Jair Bolsonaro (PSL) fizera, durante a campanha, muitas críticas aos profissionais cubanos e chegou a compará-los a escravos. Mais de 40% das cidades nordestinas perderam médicos cubanos. Em Pernambuco, mais de 400 médicos precisaram voltar para Cuba e cerca de um milhão e 400 mil pernambucanos ficaram sem atendimento médico nos postos de saúde.
O Governo Federal afirmou que supriria a demanda com médicos brasileiros, mas a tentativa falhou e mais de mil profissionais (ou quase 20%) que aderiram ao programa já desistiram. Entre os desistentes, 40% (pelo menos 350) estavam na região Nordeste. Nesta leva Pernambuco perdeu 56 dos recém-chegados por motivo de desistência do profissional.
Consórcio
Em março deste ano os nove governadores da região deram o pontapé para a criação do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, que permitirá que mais de um estado - ou ainda os nove estados - contratem serviços, obras ou abram licitações conjuntas, por exemplo. O objetivo é economizar recursos e permitir aos estados da região uma cooperação mais forte em diversas áreas.
Edição: Marcos Barbosa