Junho, mês do São João e das “comidas juninas”, é também tempo em que o Rei do Baião é lembrado mais fortemente, e chega pra nos avisar que “a fogueira tá queimando”, mas seu legado é muito maior que isso.
Com o intuito de preservar sua vasta obra, o próprio Luiz Gonzaga foi o idealizador do Museu VT do Gonzagão, que fica localizado em sua terra natal, na cidade de Exu, sertão de Pernambuco, mais precisamente dentro do Parque Aza Branca (Com Z mesmo), lugar que comporta também a casa em que Gonzaga morou durante os seus últimos sete anos, e que possui ainda toda a mobília original.
No parque, que tem cerca de 1500 metros quadrados, há ainda uma réplica da casa de reboco em que o músico nasceu, e que foi tema de música; um viveiro de asas brancas, pássaro que também foi inspiração para composição; pousadas, além do mausoléu no qual estão abrigados os restos mortais do artista ao lado de sua esposa Helena, e que foi construído por Gonzaguinha, filho do casal.
Luiz Gonzaga registrou na canção Hora do Adeus a sua história de vida e no final da música fala sobre o museu, que apesar de ter sido criado pelo próprio Rei do Baião, só foi inaugurado após sua morte, em 1989. O ambiente abriga o maior acervo material original do artista, como sanfonas, discos de ouro, medalhas, fotografias, sandálias de couro, gibão... objetos que dizem muito sobre o músico nordestino, que cantou profundamente a resistência através de sua arte, e dizem também sobre o povo sertanejo, sua história, suas identidades, coragem, simplicidade, e poesia, que assim como a voz do rei do baião, ecoam e seguem atravessando territórios e gerações. E o museu, assim como o Parque Aza Branca, tem cumprido o papel fundamental de conservação e perpetuação desse tesouro cultural.
O Museu do Gonzagão abre de terça a domingo, das 8h às 12h e das 13h às 17h e a entrada custa R$ 8,00. Visitem, há música e história em toda parte!
*Maria de Fátima Pereira é estagiária do Brasil de Fato PE
Edição: Monyse Ravenna
