O local onde hoje fica o bairro dos Coelhos, na área central do Recife, é oriunda de uma fazenda. Ainda na época da invasão holandesa, Pernambuco recebeu muitos judeus que fugiam da Península Ibérica, onde eram perseguidos e massacrados pelas inquisições. Os holandeses por sua vez, permitiam que eles manifestassem a sua fé e centenas de judeus vieram para solo recifense e, naquela região, ainda não chamada com o nome atual, sepultavam os corpos dos que morriam, por isso, a região que atualmente é ocupada pelo bairro era o Cemitério dos Judeus durante esse período.
Posteriormente, as terras receberam o nome de Sítio dos Coelhos após a aquisição por parte da família Coelhos Cintra. Em 1818, a localidade pertencia ao herdeiro João Coelho da Silva e possuía uma casa de vivenda, uma capela e uma senzala. Já em 1824, as terras foram vendidas para Elias Coelho e, posteriormente, adquiridas pelo governo para que lá funcionassem currais, matadouro e curtume de gado.
Em 1846, parte do Sítio dos Coelhos foi transformado no hospital de caridade São Pedro de Alcântara que, em 1847, foi renomeado como Hospital Pedro II. Neste mesmo prédio, posteriormente ampliado, atualmente funciona o IMIP. A partir daí, a população passou a ocupar a região. Nos arredores das construções e na beira do Rio Capibaribe, foram construídas pequenas casas como alternativa aos já presentes problemas de habitação do Recife. O bairro seguiu crescendo e hoje tem cerca de oito mil habitantes, 76% autodeclarada negra e renda mensal domiciliar de R$ 898,41.
Edição: Monyse Ravenna