Dados do relatório do Programa das Nações Unidas para o HIV/Aids revelam que o contágio do vírus na América Latina cresceu 7% entre 2010 e 2018. A nível global o relatório aponta a diminuição de casos. O Brasil conta com um aumento de 21% do índice. De acordo com o relatório, para diminuir o índice é necessário focar as políticas de prevenção para os homens homossexuais e as mulheres transsexuais, estas últimas com um aumento de 4% na América Latina.
Em 2019 Bolsonaro excluiu o termo “AIDS” do departamento nacional que trata sobre DST’s. Embora o governo tenha garantido que as estratégias de combate e prevenção do HIV vão continuar sendo aplicadas, a retirada do termo do nome oficial do departamento revela a conotação de invisibilidade e falta de compromisso com a vida das pessoas da comunidade LGBTI+. Soma-se a isso o sucateamento do SUS e a redução orçamentária das ações de combate ao vírus que leva a crises de abastecimento de remédio em diversos estados do Brasil. A nociva estratégia de Bolsonaro é matar e deixar morrer as populações negra, pobre e LGBTI+, usando da política da morte para o controle da população e da ideologia para a falsificação da realidade.
*Clarissa Nunes é advogada criminalista e membra da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).
Edição: Monyse Ravenna