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CONFLITO

Acampamento Margarida Alves, em Moreno (PE), recebe mandado de despejo

Acampamento existe há 12 anos e tem cerca de 50 famílias

Brasil de Fato | Recife (PE) |

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Mandado de reintegração de posse foi expedido em fevereiro deste ano
Mandado de reintegração de posse foi expedido em fevereiro deste ano - Comunicação MST

Na manhã dessa quinta (19), um mandado de reintegração de posse expedido pela 1ª Vara Cível de Moreno está sendo cumprido no Acampamento Margarida Alves, zona rural de Moreno, na Região Metropolitana do Recife. Ocupado há mais de 16 anos, o antigo Engenho Xixaim abriga 55 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que vivem e produzem alimentos na área de cerca de 120 hectares. 
O mandado foi expedido em 15 de fevereiro, mas a reintegração está acontecendo hoje (19). Desde o início da manhã, dezenas de policiais já se encontram no local. O MST repudiou a ação de despejo, já que "as famílias vivem e produzem no local, que já tem uma estrutura construída", como reafirmou Romildo Félix, militante do Movimento. Confira na íntegra a nota do MST:

"Neste exato momento acontece a reintegração de posse na área do Acampamento Margarida Alves/Xixaim, localizado no município de Moreno, na Região Metropolitana de Recife - PE, ocupado por cerca de 50 famílias, sendo esta a 11ª ocorrência de tentativas e efetivação de despejos. O  mandado foi expedido pela 1ª Vara Cível de Moreno no dia 15 de fevereiro de 2019, mas está sendo cumprido somente agora.
    A polícia acaba de fechar o acampamento, atuando com a presença do batalhão de choque e determinando uma hora para a retirada de todas as famílias do local. 
    O acampamento, que tem 16 anos, possui casas de alvenaria, escola de EJA Campo, casa de farinha, produção de peixe, criação de animais e produção agroecológica. A direção do movimento vem apresentando propostas para a solução dos impasses e já se comprometeu na realocação das famílias para duas áreas do Engenho Araújo e Covos, em negociações previamente acertadas entre as partes, inclusive com as instâncias de Governo. Cobramos do INCRA providências para a retomada imediata das duas áreas que estão em negociação com a Usina Bulhões, a partir do processo de adjudicação para relocação das famílias. 
    Diante da retomada e dos despejos ostensivos de áreas já constituídas, estamos desde sábado (14), organizando o Acampamento da Resistência em defesa do Centro de Formação Paulo Freire, localizando no Assentamento Normandia em Caruaru - PE, pois o mesmo, está sob ameça também de reintegração de posse.
    Sabendo da importância do centro para a formação e capacitação nas áreas da educação e agroecologia, repudiamos e resistiremos a qualquer de ato desta natureza, reafirmando nosso compromisso com a democracia, liberdade e a luta do povo.
    Convocamos toda sociedade civil e movimentos sociais, para prestar solidariedade aos companheiros e companheiras do Acampamento Margarida Alves/Xixaim. 


Direção Estadual do MST"

Notícia em atualização

Edição: Monyse Ravenna