Na última quinta-feira (10) foi publicada, no Diário Oficial da União, a nomeação de Alfredo Gomes como reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para um mandato com início no domingo (13) e se estende por 4 anos até outubro de 2023. A instituição aguardava a nomeação desde o mês de julho, quando enviou a lista tríplice para o Ministério da Educação (MEC).
Alfredo foi eleito pela comunidade acadêmica em 2º turno, no fim de junho, com 7.949 votos (53,65%), sendo o mais votado em todas as categorias (estudantes, técnicos e docentes). O docente também encabeçou a lista enviada pelo Conselho Universitário para o Governo Federal, mas sua posse era incerta, já que metade das nomeações de reitores feitas pelo presidente Jair Bolsonaro não tem respeitado as escolhas da comunidade acadêmica.
A lista tríplice enviada pelos conselhos universitários não seguem necessariamente a ordem de votação da comunidade acadêmica. Na lista tríplice enviada pela UFPE, por exemplo, apenas Alfredo Gomes concorrera no pleito. Em algumas listas enviadas ao MEC há nomes que receberam apenas um ou dois votos dentro do conselho universitário, mas nenhum da comunidade acadêmica. E muitas vezes esse nome foi o escolhido por Bolsonaro para assumir a reitoria, simplesmente por ser o mais próximo ideologicamente a ele.
Bolsonaro já nomeou 12 reitores de instituições federais de ensino técnico ou superior. De acordo com levantamento realizado pelo The Intercept, em seis vezes ele escolheu um candidato que figura em 2º ou 3º colocado na lista tríplice, casos das universidades federais do Ceará (UFC); Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Minas Gerais; do Triângulo Mineiro (UFTM); e da Fronteira Sul (UFFS), no Paraná. Além desses, houve uma vez em que nomeou alguém que sequer estava na lista - o escolhido para reitor interino do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), no Rio de Janeiro, foi Maurício Aires Vieira, assessor do ministro Abraham Weintraub.
O reitor
Alfredo Gomes tem 55 anos e é graduado em psicologia e mestre em sociologia (ambos pela UFPE), além de doutor em educação (PhD, pela Universidade de Bristol, no Reino Unido). Hoje ele é professor no Centro de Educação (CE) da UFPE. Ele foi eleito para diretor do CE. O vice na sua chapa foi Moacyr Cunha, de 56 anos, graduado em engenharia civil (UFPE), mestre em hidráulica e saneamento (USP) e doutor em física e química ambientais (Instituto Politéquinico de Tolouse, na França). Ele é professor do Departamento de Oceanografia.
A UFPE
A comunidade acadêmica da UFPE é composta por cerca de 50 mil pessoas, sendo 2.800 professores universitários, 58 educadores do Colégio de Aplicação (CAp), quatro mil servidores técnicos administrativos, além dos trabalhadores terceirizados. Entre os estudantes, são 430 adolescentes do CAp e mais de 30 mil estudantes de graduação ou pós-graduação. Além do campus Recife (Cidade Universitária), há também os campi de Vitória de Santo Antão (CAV) e de Caruaru (CAA). O tripé da universidade pública é ensino, pesquisa e extensão
Edição: Monyse Ravenna