Esta semana a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou mais dois amistosos a serem realizados pela seleção masculina de futebol no mês de novembro. Os duelos são contra a Argentina (dia 15) e Coreia do Sul (19). Sem surpresa, o Brasil jogará o primeiro duelo na Arábia Saudita e o segundo nos Emirados Árabes Unidos. Quem paga, leva. Aos brasileiros, resta a TV.
Desde o fim da Copa do Mundo na Rússia, em 2018, a Seleção Brasileira já realizou 14 amistosos (16, se inclusos os dois agendados). Destes, apenas dois foram realizados no Brasil (contra Catar e Honduras), porque foram preparatórios para a Copa América 2019, realizada aqui no Brasil. Os demais 14 amistosos foram no exterior: 4 nos Estados Unidos, 3 na Arábia Saudita, 2 na Inglaterra, 2 em Singapura, além de um amistosos nos Emirados Árabes, Portugal e República Tcheca.
Alguém pode achar que a crítica é exagerada, visto que a Seleção jogou 8 partidas no Brasil este ano - além dos dois amistosos preparatórios para a Copa América, os seis jogos até o título da competição. Sim, é verdade, mas o histórico dos últimos 10 anos do Brasil é de realizar poucos amistosos para sua torcida, priorizando jogar para quem "compra" o jogo no exterior. Isso distancia a seleção do torcedor.
E não custa lembrar a divisão regional dos jogos da Seleção no Brasil: dos 8 jogos, quatro foram na região Sudeste (todos pela Copa América), dois no Sul (um amistoso e um da Copa América) e apenas um no Nordeste (Copa América) e um no Centro-Oeste (amistoso). Nenhum jogo na região Norte do país.
A Copa América - teremos mais uma em 2020, na Colômbia - deixará de ser quase anual, como tem sido (2015, 2016, 2019, 2020) e voltará a ocorrer a cada 4 anos e não sabemos quando o Brasil voltará a ser país-sede. Vamos depender apenas das competições oficiais para irmos ao estádio torcer pelo Brasil? Nos contentaremos, num intervalo de 4 anos, com os 9 jogos da fase classificatória para a Copa do Mundo?
Edição: Monyse Ravenna