Estabilidade, linearidade e equilíbrio são palavras que não combinam com a realidade do futebol e das finanças de Náutico, Santa Cruz e Sport. Em campo, são raras as situações em que campeões “só deram alegria” e rebaixados “apenas tristeza”. A instabilidade também combina com as receitas dos clubes, que ou estão cheios de dívidas a pagar ou não terão fontes financeiras robustas a receber. É neste cenário que traçamos um raio-x entre a mudança de temporada para os times da capital pernambucana.
Ainda sobre 2019, Náutico e Sport conquistaram seus objetivos principais no ano, mas com a “emoção” de oscilar nos Brasileirões da Série C e B, respectivamente. Por exemplo, o campeão da Série C, Náutico, só “engrenou” na 14ª rodada da primeira fase da competição, quando faltavam cinco dos 18 jogos antes da fase eliminatória. O Sport, por sua vez, subiu para a Série A, mas sofreu ao não fazer valer o “fator casa” em várias rodadas.
O ano de 2019 deixou uma taça para o Náutico (Série C) e outra para o Sport (Pernambucano). E para o Santa Cruz foi apenas tristeza? Apesar de amargar mais uma Terceirona na história, o time coral foi o melhor representante estadual na Copa do Brasil deste ano. O Santa fez uma despedida honrosa na quarta fase da Copa do Brasil, com um placar apertado nas disputas contra o Fluminense.
Outra preocupação compartilhada entre os times da capital na passagem de 2019 para 2020 é com os cofres. A punição da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) para Náutico e Sport serem proibidos de inscrever jogadores na CBF por conta de dívidas atrasadas simboliza, no mínimo, a tendência de receitas cada vez mais curtas.
A tendência para 2020 é desafiadora para os três times da capital. Na sede coral, por exemplo, o mês de janeiro já está marcado como continuidade das propostas de novo estatuto para o Santa Cruz. Na Ilha, já são mais de trinta credores de olho nos comprometidos recursos da Série A. Já o Timbu vai precisar da mágica de montar um time competitivo para a Série B com pouco recurso financeiro.
Sport em 2019
Meta principal: acesso para a Série A
Conquista:Campeonato Pernambucano
O que faltou: Avançar mais na Copa do Brasil. A eliminação na primeira fase da Copa do Brasil, contra o Tombense (MG), sinalizou dificuldades do time.
Palpite para 2020: a principal meta é se manter na Série A para manter para manter as cotas mais altas. Porém, endividado, a tendência é de dificuldade em fazer caixa e contratar jogadores mais experientes para o Brasileirão. O retorno à Copa do Nordeste pode ajudar nas finanças do clube.
Náutico em 2019
Meta principal: acesso para a Série B
Conquista: Brasileiro da Série C
O que faltou: Presença de público no estádio. Mesmo com o ano positivo e retorno aos Aflitos, o Timbu teve média de 7.500 nas arquibancadas, mantendo seu histórico de baixa presença de público.
Palpite para 2020: manter a organização administrativa e financeira, além da retomada de imagem no cenário nacional. Levantar taças inéditas, a exemplo da Copa do Nordeste parece um bom caminho para manter a trajetória positiva e se fortalecer ainda mais a médio e longo prazo. Já passou do tempo da torcida marcar mais presença no estádio.
Santa em 2019
Decepção: ficar longe de voltar à Série B
O que faltou: a conquista de um título
O que foi bom: Chegar à quarta fase da Copa do Brasil e ser eliminado, por pouco, contra o Fluminense
Palpite para 2020: a principal meta é subir para a Série B. Porém, a demora na formação do elenco pode atrapalhar a temporada. Internamente, também precisa resolver a situação do estatuto e se fortalecer politicamente. O calendário curto da Terceirona é outro desafio que pode atrapalhar o clube.
Edição: Marcos Barbosa
