Com a proposta de melhorar a produção científica e técnica sobre a Questão Agrária no meio acadêmico, a UFRPE passa a ofertar em 2020 o Curso de Especialização em Questão Agrária. Fruto da luta dos movimentos populares camponeses no estado, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra (MST), o curso é uma parceria entre a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), a Universidade Popular Gregório Bezerra e o Centro de Formação Paulo Freire (CFPF) e foi aprovado pela reitoria da universidade no fim de 2019.
O coordenador do curso, Prof. Caetano Viana, ressalta a importância de aprofundar as reflexões sobre a temática “Esse tema não é aprofundado pela Academia brasileira. Nós temos várias disciplinas que tratam do tema, mas não havia nada especializado. Os historiadores puxavam para a questão histórica do tema, os geógrafos sobre a questão do território, os economistas para levantar dados, mas não havia nada para uma análise específica”.
Para as organizações camponesas, a aprovação do curso pela UFRPE é uma conquista, como explica Paulo Mansan, dirigente do MST em Pernambuco “Como movimento, é fundamental entender a história da luta pela terra e o trabalho nela. O curso é aberto e não é uma demanda só do MST, mas para pessoas que têm necessidade de se aprofundar no tema, além das outras organizações do campo. Foi uma conquista importante nesse momento histórico”, comemora.
O público alvo do curso são residentes de áreas rurais ou pessoas ligadas a organizações comunitárias do campo que tenham completado cursos de graduação. O curso também utiliza o método de Paulo Freire da pedagogia da alternância, onde o curso se divide em etapas de estudo e pesquisa alternadas com o trabalho no campo.
As inscrições começam neste sábado (25) e vão até o dia 15 de fevereiro. A inscrição é virtual e o edital de inscrição está disponível na internet. As aulas começam em março e acontecerão na Escola Popular Gregório Bezerra, em Recife e o Centro de Formação Paulo Freire (CFPF), em Caruaru.
Edição: Monyse Ravena