Desde o último sábado (1°), os petroleiros estão em greve nacional contra a demissão de mais de mil trabalhadores com o fechamento da Fafen-PR, subsidiária da Petrobras, e o descumprimento de cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). No país inteiro, já passam de 20 mil grevistas em quase todos os estados, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Para Rogério Almeida, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB), a avaliação é positiva “a greve continua firme e forte. Está crescendo o número de plataformas que estão aderindo a greve. Na nossa última contagem, foram cerca de 20. Aqui em Pernambuco estamos paralisados em Abreu e Lima e na Transpetro Suape”. Além da programação da greve, os trabalhadores estão em acampamento em frente a Refinaria Abreu e Lima. De acordo com o sindicato, a adesão à greve já passa dos 95% do total de funcionários da Refinaria.
A negociação vem se acirrando após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) bloquear as contas dos sindicatos e permitir contratação temporária, o que ao mesmo tempo inviabiliza as ações da greve e pode colocar os funcionários em perigo, já que, de acordo com Rogério, existe um sistema específico de trabalho nas refinarias “A decisão foi equivocada e mostra que não conhecem o funcionamento. A refinaria só opera com 100% do quadro de funcionários, o que está em negociação é a carga de trabalho. Hoje se processa 100 mil barris por dia e a negociação era reduzir essa produção em até 50%. A redução de carga é essencial para garantir a segurança dos trabalhadores em operação nessa situação atípica de greve”, explica.
As dificuldades de negociação foram denunciadas pela Federação Única dos Petroleiros,que afirmou em nota que a gestão da Petrobrás até hoje não forneceu ao TST as informações sobre quantidade de produto necessária para o atendimento da população, além do número de trabalhadores para o cumprimento das cotas de produção e que continua se negando a negociar com a Comissão Permanente da FUP.
Os petroleiros seguem com a mobilização nas refinarias. Nesta sexta (07), A Refinaria Abreu e Lima abriu a programação do acampamento com um ato com a presença de outros sindicatos, da diretoria da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT PE) e parlamentares, além de uma aula pública com o Prof. Dr. Marcos Costa Lima, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Prof. Dr. Pedro Lapa, pesquisador do Projeto Brasil Popular. O acampamento, assim como a greve, seguem por tempo indeterminado.
Edição: Monyse Ravena