Na manhã desta segunda (09), militantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), localizado na Avenida Rosa e Silva, nos Aflitos, Zona Norte do Recife. Já na região do Vale do São Francisco, mais de 600 mulheres sem terra cobraram da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), o cumprimento do acordo feito em 2008 de assentar 800 famílias, sendo que cerca de 650 foram despejadas violentamente dos acampamentos Abril Vermelho, Arani de Souza e Irmã Dorothy em novembro de 2019. As ações fazem parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres pela Reforma Agrária, com marchas, ocupações e outras atividades em todo o país, incluindo o I Encontro de Mulheres do MST, que acontece em Brasília até a próxima terça (10).
A direção do movimento informou que “nas outras regiões do estado, o foco é a Codevasf, mas tudo ligado com a pauta nacional. A atividade foi unitária e contou com a participação de outras organizações da Via Campesina”. A pauta de reivindicação das mulheres é a denúncia das políticas adotadas pelo governo Bolsonaro para programas como a titularização de terras; o uso excessivo e a flexibilização da legislação para os agrotóxicos, contra o decreto nº 10.252, que esfacela a estrutura do Incra e os cortes no Programa Nacional de Educação para a Reforma Agrária (Pronera), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que beneficiam milhares de famílias assentadas.
As mobilizações seguirão ao longo do dia e durante a tarde, as mulheres se unem ao ato do Dia Internacional de Luta das Mulheres do no Recife, que inicia a concentração ás 13h no Parque Treze de Maio.
Edição: Monyse Ravena