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Sem experiência em gestão, Teich comanda Ministério da Saúde em meio a colapso do SUS

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Sucessor de Mandetta, Teich assumiu a pasta na semana passada - EBC
Estamos diante do, talvez, mais incapaz Ministro da Saúde da história da nova República brasileira

“De tédio o brasileiro não sofre durante este período de quarentena”. Li esta frase em uma brincadeira na internet como uma referência ao clima de agitação política vivido no Brasil por estes dias. Brincadeiras à parte, de fato, a conjuntura nacional está muito aquecida. A cada dia, novos fatos aparecem para bagunçar tudo que já não andava bem. A novidade hoje, quando já tinha terminado a coluna, foi o pedido de demissão do Ministro da Justiça, o Sérgio Moro.

Mas ainda não quero tratar deste assunto, que pretendo retomar em breve. O que escrevi esta semana foi sobre outro tumulto vivido pelo governo de Bolsonaro. Neste caso, me refiro à confusão com a qual o presidente conduz a área da saúde. Para ser mais exato, talvez seja melhor falar em como Bolsonaro não conduz a saúde em nosso país.

Falei na semana passada sobre as desavenças públicas entre Mandetta, o ex-ministro da Saúde, e o presidente. Até então, pouco sabíamos sobre o novo ministro, o oncologista Nelson Teich. Na realidade, manifestei o meu espanto ao ver uma figura sem nenhuma experiência com gestão pública assumir o comando do Sistema Único de Saúde no momento mais crítico de sua história. Não demorou muito para vir à tona que estamos diante do, talvez, mais incapaz Ministro da Saúde da história da nova República brasileira.

Na última semana, os números de adoecimento e mortes por Coronavírus no Brasil seguiram crescendo, como já sabíamos que aconteceria. Neste momento já ultrapassamos a marca das mais de 400 mortes diárias. E é obvio que estamos na torcida para que estes números caiam. Como profissional de saúde que sou, inclusive, estou na labuta diária na luta contra este vírus. Mas, infelizmente, a tendência é de agravamento de nossa situação. O colapso, antes visto como uma possibilidade, já começa a acontecer em muitas capitais, com a falta de leitos de UTIs para os doentes graves. Mesmo com o esforço de muitos governos e prefeituras, é preciso ressaltar.

A gestão de Bolsonaro já acabou. A questão é o que acontecerá agora. O risco de ver um aumento do autoritarismo por parte do governo é alto. A democracia no Brasil, já bastante desgastada, vive sob um risco maior ainda. Tudo isso junto à necessidade de seguirmos trabalhando para salvar vidas. Teremos dias mais difíceis ainda pela frente. 

Edição: Marcos Barbosa