Pernambuco

Cinema

Assassinato do garoto Mário Andrade volta a ser discutido no curta-metragem Texas

O filme será lançado nesta quinta-feira (30) nas plataformas digitais; Joelma Andrade é uma das protagonistas

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O filme é ambientado entre o urbano e o rural, tendo sido gravado em Recife e no município de Surubim, no agreste pernambucano - Leo Motta

Em julho de 2016 o jovem Mário Andrade de 14 anos morador do bairro do Ibura, bairro da periferia do Recife foi assassinado pelo policial militar Luiz Fernando Borges. A repercussão do assassinato e a luta de Joelma Andrade, sua mãe por justiça comoveu a comunidade onde moravam e a cena pública. Tanto que, nesta quinta-feira (30) será lançado nas plataformas digitais o curta-metragem Texas no qual Joelma é uma das protagonistas.
O filme é ambientado entre o urbano e o rural, tendo sido gravado em Recife e no município de Surubim, no agreste pernambucano. O curta aborda a questão do armamento aqui no estado de Pernambuco e tem a direção do pernambucano Felipe Soares.
Texas critica o apelo ao armamento da população e como a vida algumas pessoas se tornam descartáveis nesse processo. O filme mistura aspectos de musical e documentário e o título é inspirado na música Texas da banda pernambucana Diablo Angel que é a responsável pela trilha sonora. 

Relembre o caso
O assassinato do adolescente de 14 anos aconteceu em 25 de julho de 2016, quando o garoto saiu de casa em sua bicicleta para jogar futebol com colegas. No caminho de volta, acompanhado de um amigo de 13 anos, Mário envolveu-se em um pequeno acidente com uma motocicleta, que era conduzida pelo policial militar Luiz Fernando Borges. Segundo testemunhas, os meninos de bicicleta esbarraram na moto e machucaram o pé do PM. Como reação, Luiz Fernando apontou sua arma de fogo para os dois adolescentes.
Assustado, o colega que acompanhava Mário tentou fugir e foi atingido por disparos, mas fingiu-se de morto e conseguiu escapar com vida. Mário, que permaneceu caído no mesmo lugar ao receber uma coronhada, foi assassinado com três tiros. Após cometer o crime, Luiz Fernando passou uma semana foragido, entregando-se dias depois e afirmando que havia atirado contra os adolescentes para se defender de uma tentativa de assalto.
O caso ganhou repercussão na cidade e se tornou uma bandeira de luta por justiça e pela memória de Mário, levada adiante pela própria comunidade onde o menino vivia. Durante o enterro do adolescente, em 27 de julho de 2016, familiares e amigos do Ibura realizaram um ato de protesto, cobrando justiça. Em julho de 2017, quando o assassinato completou um ano, cerca de 100 pessoas saíram em caminhada pelas ruas do bairro em vigília, portando velas e entoando palavras de ordem.

Edição: Monyse Ravena