No enfrentamento à crise ocasionada pelo novo coronavírus, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) lançou uma proposta com o objetivo de garantir que a alimentação saudável chegue à mesa dos brasileiros e brasileiras e visando alimentar, também, o debate público, em especial junto aos trabalhadores do campo e da cidade, acerca do tema da produção de alimentos e abastecimento alimentar. Nesse contexto, o movimento tem somado esforços para fomentar nacionalmente os Comitês Territoriais de Solidariedade, formados por militantes e ativistas de diferentes organizações que operacionalizam a distribuição da comida em diversos territórios através do "Mutirão contra a Fome".
A campanha trata da arrecadação e distribuição de alimentos agroecológicos para famílias em situação de vulnerabilidade social e econômica. Do mesmo modo, busca consolidar os vínculos e a unidade entre as organizações populares, possibilitando a construção de ações permanentes ao longo da época do isolamento social e o fortalecimento da aliança campo e cidade em prol da soberania alimentar, como afirma Claudeilton Luiz, advogado e integrante do setor de direitos humanos do MPA. “Todos e todas temos a tarefa de nos cuidar e cuidar do coletivo, alimentar a solidariedade para além da caridade. Sabemos a importância dessas ações solidárias que têm sido realizadas pelo MPA e por várias outras organizações do campo e da cidade buscando resolver essa situação de vulnerabilidade enfrentada por tantas famílias diante dessa crise resultante da política neoliberal empreendida pelo governo federal”, afirma.
As ações têm ocorrido em todo o país e já levaram mais de 50 toneladas de alimentos para as mesas de mais de 1.500 famílias que vivem em bairros populares de oito estados brasileiros: Piauí, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia e Minas Gerais. Essas ações propostas pelo MPA, se dá em meio a dificuldades, visto que as medidas de isolamento e distanciamento social, somadas aos desmontes de políticas voltadas para a agricultura familiar, têm impactado a logística de produção e escoamento dos alimentos.
Diante disso, o Movimento do Pequenos Agricultores propõe, ainda, o Plano Emergencial para produção de alimentos, através do repasse de R$ 50 bilhões para a agricultura familiar camponesa entre maio de 2020 e maio de 2021. De acordo com Claudeilton, o Plano Safra Emergencial é composto por 13 eixos, dentre eles: crédito emergencial; capital de giro; retomada do Programa de Arrecadação de Alimentos (PAA); ampliação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que beneficia tanto aos alunos que recebem a produção, quanto os agricultores e os municípios que podem fazer a compra direta aos agricultores; construção de cisternas; e assistência técnica. Todos esses eixos têm o objetivo de garantir a produção diversificada de alimentos, abastecimento popular, formação de estoques, abastecimento de água e geração de emprego no campo e na cidade. Confira essas informações de forma mais detalhada através do documento está disponível para download no site do MPA.
Claudeilton pontua, ainda, que “é importante seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde e autoridades que têm competência no tema, de nos mantermos socialmente isolados, mas politicamente ativos”. Para quem tiver interesse em contribuir com a campanha "Mutirão contra a Fome", e fortalecer os Comitês Territoriais de Solidariedade pode realizar doações de alimento e também em dinheiro através de transferência bancária destinadas à:
Associação Nacional da Agricultura Camponesa (ANAC)
Caixa Econômica Federal.
CNPJ: 05.357.888/0001-38
Conta Corrente: 1572-0
Agencia 0721
Operação 003
Edição: Marcos Barbosa