Entregadores de aplicativos realizaram nesta quarta-feira (01) uma paralisação nacional por melhores condições de trabalho. Com atos e atividades em 18 estados, a parada foi um protesto contra o baixo valor pago por quilômetro rodado e os bloqueios feitos pelas empresas, como Rappi, Ifood, Loggi e Uber Eats. Os entregadores exigem, dentre outros direitos, uma taxa mínima de R$2,00 por quilômetro percorrido; seguro de roubo, acidente e vida e aumento no valor mínimo por entrega.
Na Região Metropolitana do Recife, os trabalhadores iniciaram paralisação dos entregadores de aplicativo com um ato público na durante a manhã, que se concentrou no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. O entregador Rodrigo Lopes, presidente da Associação dos Motofretistas de Pernambuco (AMAP-PE) explica que a categoria é prejudicada pelo modo de operação dos aplicativos, baseado em alta produtividade e baixa remuneração “Nós que deveríamos propor o valor mínimo das corridas, e não as empresas. Também tem um esquema de pontuação, que é o Score, que é um nível que cada motoqueiro tem. Aquele que é o mais ágil pontua mais e ganha mais oferta de entrega, mas isso é baseado só na produtividade. Quem tem o Score baixo rala, rala, rala, para poder chegar num nível aceitável e pegar mais corridas”, explica.
Rodrigo afirma também que a mobilização tem um contexto de luta por mais participação nas decisões dos aplicativos que impactam diretamente na remuneração da categoria “Estamos reivindicando pacificamente pra gente decidir as coisas. Quem paga a moto é a gente, quem paga os pneus é a gente, quem se arrisca, se arranha é a gente. Isso é uma injustiça”. O ato contou também com a participação do coletivo de Entregadores Antifascistas de Pernambuco.
Solidariedade
Na concentração do ato, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que manifestou em nota o apoio à paralisação, distribuiu 600 refeições para os manifestantes. Paulo Mansan, dirigente estadual do movimento, fala sobre a necessidade da solidariedade de classe “O MST se soma a uma forma solidária aos trabalhadores de aplicativo, partilhando o nosso alimento saudável, produzido com as nossas mãos e vindos de áreas da reforma agrária. No que o MST puder ajudar, nós iremos. Também colocamos a partir de hoje à disposição o espaço do Armazém do Campo como um ponto de apoio para que eles possam usar o banheiro, beber água. Estamos juntos e esperamos que eles se mantenham firme na luta”. O ato seguiu do Centro de Convenções de Pernambuco até o Palácio do Campo das Princesas, sede administrativa do governo do estado, que fica no bairro Santo Antônio, no Recife.
Edição: Monyse Ravena