Segundo dados levantados pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas (Conaq) e o Instituto Socioambiental (ISA), até a última segunda-feira (13), 3.465 quilombolas já teriam sido infectados por coronavírus no Brasil e 134 casos teriam ido a óbito.
Os números estão disponíveis no Observatório da Covid-19 nos Quilombos e traz, ainda, que 34 desses óbitos aconteceram na região nordeste. Segundo Ana Eugênia, quilombola e integrante da Coordenação Estadual dos Quilombos do Estado do Ceará, a pandemia ela vem atacando as populações mais vulneráveis. "A nossa mobilização enquanto sociedade civil é uma prova de que o poder público não está fazendo a sua parte", reforça.
Pensando em apresentar respostas para os problemas enfrentados pelos povos tradicionais durante a pandemia, a deputada federal Rosa Neide (PT) apresentou o projeto de lei 1142/20.
O texto sofreu vetos do presidente Jair Bolsonaro, atitude que tem sido bastante criticada pelas organizações sociais e movimentos populares. Entre os pontos retirados, estavam a obrigação do governo federal de garantir água potável, alimentação, leitos e outras medidas emergenciais.
Diante do descaso do poder público federal, comunidades têm buscado formas coletivas de prevenção e apoio a nível local, o que tem feito, por exemplo, com que a comunidade Nazaré Itatipoca, no Ceará, no tenha registrado nenhum caso até o momento.
Aurila Maria, quilombola da comunidade, explica que se tem buscado "apoio com parceiros, do próprio município, do estado, com movimentos, para a gente adquiria máscara, cesta básica, auxiliando as famílias para que elas se desloquem só o necessário mesmo, para que não ocorra risco de se contaminar e nem trazer o vírus para dentro da comunidade". Confira a matéria completa:
Edição: Vanessa Gonzaga