Desde março deste ano, com a chegada da covid-19 ao Brasil, inúmeras iniciativas têm atuado no sentido de garantir que parte da população que passa por dificuldades econômica ou vulnerabilidade social tenha direitos básicos como saúde e alimentação assegurados. Em Pernambuco, a campanha Mãos Solidárias nasceu nesse contexto de pandemia do coronavírus e é a soma de diversas organizações, voluntários e movimentos populares da Frente Brasil Popular no enfrentamento ao coronavírus através da solidariedade de classe.
O Mãos Solidárias teve início com o projeto “Marmitas Solidárias”, organizando a distribuição de refeições para as pessoas em situação de rua do Recife. Posterior a esta ação, agora se consolidam outras frentes de trabalhos como a arrecadação e distribuição de cestas básicas, confecção de Máscaras Solidárias, Assessoria Popular Solidária e a formação para Agentes Populares de Saúde. No estado, acontecem ações nas cidades de Recife, Caruaru, Olinda, Petrolina e Garanhuns.
Para Alfredo Macedo Gomes, reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a campanha é a possibilidade das Universidades cumprirem ainda mais seu papel no enfrentamento ao coronavírus e suas consequências. "Desde que fomos convidados a participar desta iniciativa, nós abrimos nossas portas, porque acreditamos que é compromisso nosso o fortalecimento do diálogo da Universidade com a sociedade como um todo", afirma.
Além dele, estavam presentes o reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Marcelo Leão, o também reitor da Universidade de Pernambuco (UPE), Pedro Falcão, José Carlos de Sá, que é reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), Márcio Moura, vice reitor da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE) representantes da reitoria do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão PE) e João Elton de Jesus, do Instituto Humanitas, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saborido relatou como tem sido um aprendizado para setores da igreja o engajamento nas atividades em conjunto com outras organizações "É com muito orgulho, como pernambucano, vivenciar uma ação deste tipo, em um momento tão difícil como esse. Quero aqui renovar a nossa parceria, estender as mãos, para que esta campanha prospere", diz.
A ampliação dos setores onde a campanha pode atuar depende de alguns elementos, como o apoio de mais organizações. Por isso, representantes das universidades públicas e particulares de Pernambuco, a Arquidiocese de Olinda e Recife e movimentos populares se reuniram na última semana para firmar parcerias e projetar novas formas de como as instituições podem fortalecer as ações de solidariedade da Campanha Mãos Solidárias em Pernambuco.
Além da Arquidiocese também estiveram presentes na atividade a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (FETAPE) e do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST).
O principal fruto dessas articulações será o "Universidades Solidárias", um grupo composto pelas instituições que compõem o Consórcio Pernambuco Universitas, os Institutos Federais de Pernambuco, a Arquidiocese de Olinda e Recife e a coordenação da Campanha Mãos Solidárias.
A proposta é organizar atividades conjuntas que fortaleçam as ações no estado de Pernambuco com um olhar maior para a questão da alimentação, com foco nos Bancos Populares de Alimentos; os Agentes Populares de Saúde, para o enfrentamento das doenças e a Assessoria Jurídica Popular, com foco na garantia dos direitos, trabalho e renda e comunicação.
Edição: Monyse Ravena