No próximo dia 25, os entregadores e entregadoras de aplicativos realizarão uma nova paralisação para reivindicar melhores condições de trabalho para a categoria. O Breque dos Apps é um movimento nacional, que teve início em 1º de julho, devido à precarização do trabalho dos motofretistas, a qual foi agravada com o aumento da demanda de pedidos nos aplicativos como Rappi, Uber Eats e Ifood, por exemplo, em razão do isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19.
“O motivo principal dessa mobilização do dia 25 é que não houve resposta concreta por parte dos aplicativos. Aquilo que a gente reivindicou no dia 1º até agora não teve alteração nenhuma, muito pelo contrário, continuou do mesmo jeito”, afirmou Rodrigo Lopes, Presidente da Associação de Motofretistas de Pernambuco (AMAP-PE). Como no dia 1º, o o ato desse sábado (25) terá início às 8h com concentração em frente ao Centro de Convenções, em Olinda.
Sem o retorno das empresas, as demandas do último ato seguem como pautas prioritárias da greve, sendo elas: uma remuneração mais justa por meio do estabelecimento de uma taxa mínima por corrida, o aumento nos valores das taxas, assim como um pagamento justo e padronizado entre as plataformas por quilometragem percorrida e segurança para os trabalhadores.
Apesar da categoria não ter visto resposta dos aplicativos às suas reclamações, os entregadores perceberam o fortalecimento da greve devido ao apoio da população à eles e às suas demandas, o que é de extrema importância para o movimento. “Foi uma paralisação nacional com um peso muito grande e a sociedade está do nosso lado, a sociedade está chegando junto, tá percebendo, tá vendo a importância. E eles [os aplicativos] viram que a gente tá com peso, que a categoria é forte, por isso que vamos fazer outra para que os resultados dos nossos objetivos cheguem", concluiu o presidente da associação, que recomenda que no dia 25, os usuários não comprem nos aplicativos e façam a avaliações falando das condições de trabalho dos entregadores.
O movimento grevista se propõe a defender os direitos trabalhistas da categoria se define como apartidário, mas a primeira paralisação despertou uma onda de empatia por parte da população brasileira e partidos como PT, PSOL, e PCdoB, que se manifestaram publicamente sobre o tema e defenderam a necessidade de criar projetos de lei . A polarização política e a onda de desinformação afasta os entregadores das ações, como afirmou Rodrigo "tem gente que está aí para atrapalhar, não está para somar, isso dificulta muito o diálogo com eles, com os motofretistas; porque eles não sabem de que lado ficar, aí preferem não participar”.
Unidade e Solidariedade
No entanto, existem movimentos sociais e sindicatos que estão dando suporte à luta dos motofretistas através de recursos que ajudem a dar visibilidade à pauta, como é o caso da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que disponibilizou um carro de som para ajudar na mobilização.
“Os entregadores sofrem com a precarização do trabalho, agravada por trabalharem para um patrão que eles não podem ver. Com a chegada dos aplicativos no Brasil, ao invés de haver uma proteção dos trabalhadores, eles perderam seus direitos com a Reforma Trabalhista”, afirmou Helmiton Bezerra presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e do Sindicato dos Professores (Sinpro), que completa “O nosso apoio ao movimento é em defesa dos direitos trabalhistas e de condições dignas de trabalho à todas as categorias”.
Além disso, a greve conta com o apoio do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que fornecerá 600 marmitas feitas com produtos da Reforma Agrária para o almoço dos trabalhadores e trabalhadoras no dia 25. “Somos a favor dessa greve deles e achamos que as empresas têm que diminuir a sua margem de lucro e repassarem uma parte disso para garantir melhores condições de trabalho”, disse Paulo Mansan, dirigente estadual do MST, que também distribui refeições do ato do dia 1º.
Edição: Vanessa Gonzaga