A crescente interiorização da covid-19 em Pernambuco levou a campanha Mãos Solidárias a desenvolver o curso de Agentes Populares de Saúde no campo em pareceria com os movimentos populares, que têm se articulado para realizar ações de conscientização e prevenção em suas comunidades.
Leka Rodrigues, coordenadora dos Agentes Populares de Saúde explica a importância da ação “O agente vem com esse papel importante de estar levando informações necessárias, de como se prevenir ao sair da sua comunidade e visitar a cidade. Aí tem as necessidades de estar na cidade, mas estar se cuidando no uso da máscara, na lavagem das mãos, para que não se contamine e não leve a contaminação para dentro das áreas de assentamento e acampamentos em comunidades do campo”;
Com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a primeira formação dos agentes aconteceu no Assentamento Antônio Conselheiro, em Gameleira, na Mata Sul de Pernambuco. Nascida no Recife, a iniciativa de Agentes Populares de Saúde conta com doze turmas na Região Metropolitana e grupos estão sendo formados nos municípios de Vitória de Santo Antão e Palmares. A ação também chegou a outros estados brasileiros, como São Paulo, Bahia e Alagoas.
“O momento nos exige um processo de nos reinventar enquanto classe trabalhadora, enquanto processo organizativo social. Quem são esses agentes e o que fazem? São pessoas da comunidade, líderes locais, que são responsáveis por estar levando conhecimento e informação baseados na ciência para pessoas da comunidade” aponta Andreia Campigotto, da Rede de Médicos e Médicas Populares, que ressalta a importância do vínculo do agente com a comunidade.
Nesta primeira turma participaram vinte e uma pessoas. A formação foi realizada na Associação dos Moradores, contou como apoio da comunidade e foi voltada para jovens e adultos. No diálogo com os assentados, os conhecimentos das comunidades são valorizados e o foco está no autocuidado e no cuidado coletivo. Confira a matéria em vídeo:
Edição: Vanessa Gonzaga