Como e por que as gestões temporárias do HU e da UNIVASF teriam cometido erro tão grosseiro?
No dia 24 de julho caiu como uma bomba a notícia de que o Hospital Universitário/EBSERH devolveu ao Governo do Estado um total de 40 respiradores e 40 monitores. A chegada dos aparelhos se deu justamente por um pedido da gestão temporária da UNIVASF e isso torna a questão ainda mais intrigante. Inclusive o pedido inicial foi de 70 respiradores e monitores, quase o dobro do que o Estado de Pernambuco conseguiu, com muito esforço, entregar.
Para quem não sabe, os respiradores pulmonares, também chamados de ventiladores, são equipamentos essenciais para manutenção da vida naqueles pacientes graves que já não conseguem respirar por conta própria.
Tais respiradores e monitores, portanto, cumprem um papel fundamental para salvar inúmeras pessoas que, infelizmente, chegam a uma situação mais grave por conta da Covid-19. Vale ressaltar também o quanto estes equipamentos são caros e de difícil acesso, especialmente no momento desta pandemia. Lembro que há alguns meses até aconteceu uma campanha que se propunha a arrecadar dinheiro para doar alguns poucos respiradores ao Hospital Universitário de Petrolina. Sendo assim, me pergunto: por que tais equipamentos foram devolvidos ao Governo do Estado em um momento no qual ainda enfrentamos um crescimento da curva de casos e mortes na nossa região?
Tudo parece ficar ainda mais confuso quando leio na imprensa a justificativa de que a EBSERH - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, uma empresa pública federal que faz a gestão do Hospital, afirma não ter sido consultada em nenhum momento sobre esse pedido. Diante disso, surge outra questão: como e por que as gestões temporárias do HU e da UNIVASF teriam cometido erro tão grosseiro?
Estou repleto de dúvidas sobre a devolução destes respiradores e monitores e não consigo imaginar o porquê de tanta trapalhada. Lamento profundamente o ocorrido pois me parece óbvio quem está perdendo com toda esta confusão: o povo de Petrolina e da região que sofre agora com a diminuição das possibilidades assistenciais. Espero muito que o novo Hospital de Campanha, administrado pelo Estado, possa dar conta de absorver ao menos parte destes equipamentos para que os impactos sejam minimizados e consigamos sair com menos mortes disso tudo.
Edição: Vanessa Gonzaga