Após uma jornada de três anos entre pré-produção, filmagens e pós-produção, nesta segunda (03) acontece a pré-estreia do documentário “Reginaldo Veloso: O Amor Mais Profundo”, primeiro filme dirigido por Daniela Kyrillos, com produção da Manguezal Filmes. A data marca o aniversário de 83 anos do religioso, que foi administrador paroquial no Morro da Conceição nas décadas de 70 e 80, até ser expulso das funções sacerdotais por suas ligações com a Teologia da Libertação.
Devido ao contexto de pandemia, que impede a participação do público, a exibição vai acontecer na segunda feira (03) a partir das 20h pelas plataformas digitais no YouTube e Facebook. Porém, após o período de isolamento social, a intenção da diretora e da equipe é voltar ao bairro para um lançamento especial assim que for possível.
Daniela Kyrillos afirma que o amor pela trajetória de Padre Reginaldo foi a grande motivação para fazer o filme “O material foi todo gravado em 2017 às pressas porque fui transferida do Recife para o Rio de Janeiro, e com isso, parte das entrevistas não teve as melhores condições técnicas. Mesmo assim, segui em frente pela paixão em compartilhar essa história”, afirma.
O documentário busca revelar um padre Reginaldo pelo olhar do amor como fio condutor. Ordenado em Roma em 1961, ele volta ao Brasil em 1966 com a sensibilidade de lutar por justiça social ao lado das populações pobres e oprimidas, especialmente no bairro de Casa Amarela, zona norte do Recife. Contestando posições conservadoras da Igreja, o povo é incentivado a reivindicar do poder público o acesso à água, habitação, transporte e outros direitos fundamentais.
“Busquei abordar o amor que cercou a vida inteira dele. Amor pelo pai, amor por Deus, e aí vem o amor pelos pobres, até que chega o amor de forma inesperada nos anos 90, quando vem a esposa e um filho”, afirma Daniela. A produção tambem dá voz a diversas pessoas da comunidade e o contexto histórico e político dos movimentos sociais durante a ditadura militar e a mudança de direção da Igreja Católica no Recife com a renúncia de Dom Hélder Câmara em 1985.
Edição: Vanessa Gonzaga