Pernambuco

ECONOMIA.

Mesmo com reabertura comercial, desemprego aumenta e intenção de compra diminui

Mesmo com o Auxílio Emergencial, famílias tem priorizado a compra de itens essenciais durante pandemia

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Enquanto houve uma queda de 58% no número de pessoas com sintomas da covid-19 em Pernambuco, a taxa de desemprego aumentou de 10,5% para 12,6% - Foto: Érika Fonseca / Câmara Municipal de Fortaleza

Apesar de estar avançando na reabertura comercial desde junho, pesquisas têm apontado que o desemprego aumentou e o poder de compra diminuiu no mês de julho em Pernambuco. 

Enquanto houve uma queda de 58% no número de pessoas com sintomas da covid-19 em Pernambuco, a taxa de desemprego aumentou de 10,5% para 12,6%. É o que indica a PNAD covid-19, uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) junto ao Ministério da Saúde para o mês de julho.

“A PNAD covid também apontou que aumentou o número de domicílios que receberam o auxílio emergencial em Pernambuco. Esse aumento foi de 5,1% com relação a maio para junho, chegando a 56,9% dos municípios pernambucanos”, aponta Gliner Alencar, chefe da Unidade Estadual do IBGE em Pernambuco.

Um outro dado da pesquisa aponta uma redução de 100 mil pessoas fora da força de trabalho, que atualmente chega a cerca de 1 milhão e 120 mil pessoas. Esse grupo reúne pessoas que não estavam trabalhando e não conseguiram procurar emprego por causa da pandemia de covid-19 ou por falta de oportunidade na região em que vivem. A princípio, com a finalização dessa pandemia, essa 1 milhão e 100 mil pessoas deve procurar emprego. Procurando emprego, em um primeiro momento, elas devem entrar num grupo de pessoas desocupadas” aponta Gliner.

Outra pesquisa referente ao mês de julho, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco, apontou que a pandemia agravou também a capacidade de consumo das famílias pernambucanas. O índice de Intenção de Consumo das Famílias voltou a cair em julho, atingindo os 54,7 pontos, antes 59,1 de junho de 2020 e 77,3 do mesmo período do ano anterior. A queda é o pior resultado desde o início da realização da pesquisa, em janeiro de 2010.

Ádenner Barros, que tem experiência no ramo da computação e está desempregado há três meses, percebe o impacto no consumo dos serviços do setor em que atua “Tenho percebido um impacto direto no poder de compra. No momento que a gente tem vivido, as pessoas tem optado por gastar com coisas essenciais e evitar os gastos que são com coisas além”. 

Ele também afirma que é difícil crescer no mercado num momento crise “Tem sido desprivilegiado não só pelo Estado, mas pelo momento que a gente vive, ela estrutura social... É muito difícil você prosperar num meio que já é estruturalmente desprivilegiado e no momento que a gente vive, de pandemia, de estado e de governo, é mais ainda”. 


A queda do indicador de consumo continua confirmando a atual situação crítica pela qual passa a economia no estado de Pernambuco, onde grande parte das famílias continuam com elevada restrição em sua renda. Confira a reportagem:

Edição: Vanessa Gonzaga