Neste domingo (16), após um procedimento de aborto legal ter sido negado pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), no estado do Espírito Santo, uma criança de 10 anos, grávida em decorrência de estupro, viajou para o Recife, para realizar o procedimento no Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros (Cisam), que atende casos de aborto legal.
Nesta semana, o caso repercutiu nas redes. A criança de apenas 10 anos vive no Espírito Santo, que após ser estuprada pelo tio, teve o aborto negado pelo hospital. Ela era vítima de violência pelo tio há quatro anos. O Brasil, por lei, permite o aborto em casos de gravidez decorrente por estupro e em casos onde há risco de vida para a mãe ou anencefalia do feto.
Durante o dia, grupos conservadores permaneceram em frente ao Cisam, na tentativa de impedir a realização do procedimento, mesmo após a autorização do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Estiveram no local parlamentares contra o aborto, como os deputados Clarissa Tércio (PSC); Cleiton e Michelle Collins, ambos do PP; o vereador Renato Antunes (PSC); o deputado estadual Joel da Harpa (PP) e a ex-deputada Terezinha Nunes (MDB).
Logo após, militantes do movimento feminista também chegaram ao local para se manifestar a favor do procedimento. Após uma confusão na porta do Cisam, o procedimento foi iniciado, mas leva de 12 a 24 horas para ser finalizado.
Edição: Monyse Ravena