Pernambuco

Ação organizada dos

Mulheres se mobilizam contra o conservadorismo e fundamentalismo religioso no Recife

Ação dos movimentos feministas na porta do Cisam evitou com que grupos conservadores impedissem direito ao aborto legal

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Caso da menina de 10 anos grávida em decorrência de estupro reacendeu debate sobre legalização do aborto
Caso da menina de 10 anos grávida em decorrência de estupro reacendeu debate sobre legalização do aborto - George Campos/Agência Brasil

No Recife, ataques de grupos religiosos a menina de 10 anos grávida do tio após estupro reacendeu debate sobre a legalização do aborto. No último domingo (16)  imagens de uma aglomeração de grupos conservadores autodenominados pró-vida em frente a uma maternidade rapidamente viralizaram nas redes sociais.

A manifestação aconteceu no Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros (Cisam) no Recife, e tinha como alvo protestar contra procedimento de aborto em uma criança de 10 anos vítima de estupro.

Como reação, mulheres pernambucanas de diversas organizações feministas também chegaram ao local para proteger a menina e garantir que o procedimento fosse realizado. “Não é possível que a gente possa concordar que a vida de um feto vale mais que a de uma criança de 10 anos. Eles chegaram a acusar a criança de e a família de assassinas. Mas, se ela não interrompesse a gestação, era ela quem ia morrer” aponta Natália Diorgenes, assistente social e militante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). 

O Cisam, que é um centro de referência em casos de aborto legal no estado, atua com uma equipe multidisciplinar para garantir o acolhimento e a proteção das vítimas, que enfrentam o estigma e o conservadorismo, como explica a assistente social do Cisam Valquíria Ferreira “Ela chegou no Cisam com autorização para fazer a interrupção. A gente teve só que preparar o ambiente e protegê-la das pessoas que se tivessem oportunidade de linchar a menina e os profissionais teriam feito isso. Então, nosso cuidado foi com a proteção dela”. Confira a reportagem:

 

Edição: Vanessa Gonzaga