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A pandemia acabou?

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Enquanto o Brasil afrouxa medidas de isolamento, covid-19 atinge 1 milhão de mortes em todo o planeta - Michael Dantas/AFP
Que sejamos nós a nos cuidarmos enquanto povo, enquanto sociedade

A pandemia ainda não acabou. Para ser mais exato, ainda estamos muito longe de podermos afirmar que pandemia de covid-19 ficou para trás. Em alguns lugares se fala em segunda onda, como na Europa, e em outros sequer saímos da primeira, como é o caso do Brasil. Independente de definições e conceitos, o importante é que esta informação esteja nítida: devemos tratar a Covid-19 como algo concreto, presente e que seguirá nos afetando ainda por um bom tempo.

Sei que para boa parte de quem agora lê esta coluna as informações do primeiro parágrafo podem não ser novidade. Mas em tempos de desinformações e fake news aos montes, não é demais falar do que importa. 

Chegamos à terrível marca de 1 milhão de vidas perdidas por esta doença na semana de publicação desta coluna. Apesar de ser um número absurdo, falando isso talvez a gente não dê conta. Isso representa a ocupação de 13 estádios do Maracanã lotados, no Rio de Janeiro, de mortos. São 1 milhão de vidas perdidas e famílias destroçadas. Fora os casos não diagnosticados, o que talvez só teremos uma idéia melhor no futuro.

Como se não bastasse a tragédia de proporção mundial, no Brasil temos boa partes destas mortes: Já são quase 150 mil mortes contabilizadas neste momento. Muitas projeções ainda apontam para mais algumas dezenas de milhares de vidas perdidas para os próximos 2 ou 3 meses. É muita gente! É muito sofrimento e luto ainda pela frente. 

Enquanto isso, a necessidade de sobrevivência empurra dezenas de milhões de pessoas às ruas de todo o país. Propagandeando um Auxílio Emergencial aprovado no Congresso à custa de muita pressão, o Governo Federal finge que não tem nada a ver com a pandemia. Pelo contrário: o presidente faz chacotas cotidianas com as mortes, lançando mão de verdadeiras cortinas de fumaça, como a promoção da cloroquina, reconhecidamente ineficaz para tratar o novo coronavírus.

Precisamos seguir alertas. Se o Governo Federal não tem compromisso com a saúde e nosso país, que sejamos nós a nos cuidarmos enquanto povo, enquanto sociedade.

Edição: Vanessa Gonzaga