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Ciência Popular | Ciência de conveniência?

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Um discurso furado vem exaltar a falta de evidências científicas para a vacinação da população - Agência Brasil
O negacionismo agora acredita nos dados e usa a ciência pra justificar que a doença está acabando

 

Desde o início desta grande loucura que vem sendo a pandemia, havia uma evidência clara de que o movimento político era o de rejeição à ciência. As pessoas receitavam a cloroquina mesmo que não houvesse comprovação científica de seu resultado contra a doença e negavam que as mortes fossem causadas pelo vírus ou mesmo que existissem. Vimos argumentações de que os caixões estariam carregando pedras ao invés de corpos. E como esperado, estamos atingindo o momento em que ocorre a redução no número de casos e de mortes, de modo análogo ao que acontece em uma praia que aguarda o tsunami. 

A segunda onda está chegando na Europa e vem atingindo números mais alarmantes do que foi a primeira onda. Tudo sendo comprovado pela observação. O que é mais interessante e grotesco de tudo isso é que os negacionistas, aqueles mesmos que negavam a doença e as mortes, agora acreditam nos dados e usam a ciência para justificar que a doença está acabando. Este é um típico uso de dados por conveniência: quando me agrada, serve. Caso contrário, é coisa dos inimigos, da conspiração. Está claro que os dados da pandemia só agradarão “gregos e troianos” até a chegada da segunda onda. Depois dela, uma nova divisão acontece e novas cloroquinas ou vermífugos serão “receitados”.    

O que está por trás de todos estes processos é a mão invisível do deus mercado que não admite renda mínima e que anseia pelo retorno das crianças às escolas particulares, olhando para as eleições municipais com a mesma empolgação que vê as compras do Natal em shopping centers lotados. E da mesma forma que a ciência vem sendo usada por conveniência, um discurso furado vem exaltar a falta de evidências científicas para a vacinação da população. Ora... Qual a evidência científica dos vermífugos? 

Em toda a discussão é fundamental que exista coerência. Os cientistas fazem suas descobertas pelo seu compromisso com a verdade. E isso pode desagradar as ideologias de plantão. Ideologias mudam, já a ciência não! 

 

Edição: Vanessa Gonzaga